Por: Affonso Nunes

O caldeirão sonoro de Marya Bravo

Marya Bravo em cena do clipe de 'Eterno Talvez' | Foto: Dip Ferrera/Divulgação

A cantora e compositora Marya Bravo acaba de lançar o single "Eterno Talvez". Com produção musical de Nobru (Cabeça, Planet Hemp) e Dony Von (Matanza, Os Vulcânicos) e distribuição pelo selo Ditto Music, a faixa explora uma atmosfera sonora que mescla influências de rock, jazz, trip hop, hip hop, música brasileira e eletrônica. Há ali uma certa semelhança com a sonoridade de Tom Waits.

Marya conta que a canção surgiu de uma melodia original de Dony Von, que a tocou profundamente e inspirou a letra, escrita em um momento de introspecção. A faixa aborda desejos inatingíveis e a busca por um preenchimento emocional.

A profundidade da interpretação de Marya é creditada à sua experiência no teatro musical, com mais de 20 peças em seu currículo com destaque para "Nada Será Como Antes - O Musical" (2013). A canção se destaca pela presença de instrumentos como guitarra, violão, cello e percussão, complementando a voz expressiva da cantora.

O lançamento de "Eterno Talvez" é acompanhado por um videoclipe produzido pela Oficina do Diabo, que buscou uma estética cinematográfica para complementar a sonoridade da faixa. A ideia central do vídeo, concebida por Nobru, apresenta um barco à deriva, simbolizando a melancolia e a solidão da canção. A artista se inspirou em filmes como "O Piano" e "Retrato de uma Jovem em Chamas" para criar uma ambientação atemporal no vídeo, misturando elementos de figurino vitoriano com visagismo moderno.

Com o lançamento de "Eterno Talvez", seu pimeiro single, Marya - filha dos saudosos Zé Rodrix (1947-2009) e de Lizzie Bravo (1951-2021), única brasileira que gravou com os Beatles - deseja provocar nos ouvintes reflexões profundas sobre sentimentos.

A artista tem três álbuns em sua discografia: "Água Demais Por Ti" (2009), "De Pai Pra Filha - Marya Bravo Canta Zé Rodrix" (2011) e "Comportamento Geral" (2014).