Prometido para 30 de novembro, no site da Amazon, o compilado de 296 páginas "Etrigan, o Demônio" traz para o mercado editorial de quadrinhos do Brasil uma safra de satânicas lutas do diabo rimador sob a batuta de Garth Ennis, roteirista e escritor irlandês que virou ícone do pop com o sucesso do seriado "The Boys".
A quarta temporada do confronto de Billy Bruto com o Capitão Pátria está demorando a chegar ao Prime Video, mas a corrida atrás de gibis escritos pelo criador desses personagens só faz aumentar. Basta destacar o trabalho que editoras como a Alta Geek têm feito no Brasil com as criações de GE, vide "Um Passeio no Inferno" hoje em nossas livrarias.
Acaba de sair um novo volume dessa saga soturna de Ennis: "A Catedral", elaborada com Goran Sudzuka e Ive Svorcina. Em sua trama de mistério nos moldes de "Arquivo X", a dupla de agentes especiais do FBI Shaw e McGregor vê sua realidade se contorcer durante uma investigação em que são guiados pelo psicopata Paul Carnahan, um assassino de crianças dado como morto... e enterrado.
Chegou há pouco nas bancas "Fury Max", tijolaço de Ennis sobre o agente Nick Fury, não com o visual imortalizado por Samuel L. Jackson nos cinemas e na Disney , mas com o perfil original em que foi delineado por Stan Lee e Jack Kirby há 60 anos. São 288 páginas de pura ação. No enredo, o supersoldado quer voltar aos campos de batalha. Mas acabou a Guerra Fria e chegaram ao fim os dias em que a SHIELD (agência governamental de proteção da Terra) e a Hidra (célula terrorista) travavam complexos jogos de espionagem com o futuro do mundo em jogo. No olhar de Ennis, o herói de tapa-olho relembra os dias em que lutou nas areias manchadas de sangue da Tunísia. Foi lá que ele ficou frente a frente com o poderio da 21ª Divisão Panzer dos nazistas e quase não saiu vivo. É uma história de vingança, sangrenta, sem pudores.
Ennis não tem pudor. Sem qualquer subserviência à correção política, Ennis virou um sinônimo de HQ autoral nos anos 1990, quando lançou a saga "Preacher", sobre o pastor superpoderoso Jesse Custer já adaptado para um seriado. GE fez ainda tramas lendárias do Justiceiro e promete voltar às páginas do vigilante da Marvel com uma trama ambientada no Vietnã. Fã de quadrinhos de guerra, ele voltou às bancas brasileiras faz pouco com "O Pacificador: Perturbando a Paz", explorando a loucura do personagem celebrizado por John Cena na série homônima da HBO Max. Na trama, acompanhamos as ações de Christopher Smith antes de sua entrada para o Esquadrão Suicida. Seu enredo começa no momento em que ele conhece uma psiquiatra obcecada por seu passado. O Pacificador narra sua vida, da infância ao serviço militar, expondo os possíveis poderes ocultos do anti-herói.
Outra joia de Ennis já à venda em português é "Marjorie Finnegan - A Ladra do Tempo", com desenhos de Goran Suduka. Sua protagonista é uma criminosa irresponsável que curte correr pra cima e pra baixo nas linhas temporais, roubando tudo que chama sua atenção. O problema é que o desprezível ex-marido de Finnegan e seu maligno parceiro querem usar um dos roubos dela para reescrever completamente a história do mundo.
Em sua passagem pela Marvel, Ennis repaginou o Motoqueiro Fantasma, personagem vivido no cinema por Nicolas Cage, numa série de faroeste. A editora Panini Comics acaba de compilar esse material num encadernado chamado "Cavaleiro Fantasma: Trilha das Lágrimas". Nela, o soldado do Velho Oeste Travis Parham pensava ter visto o Inferno nas trincheiras. Como tenente do Exército Confederado, ele estava até o pescoço mergulhado em lama e sangue, cercado pelo assobio de estilhaços quentes e pelos gritos de homens moribundos. Dois anos depois, Parham construiu uma nova vida para si mesmo, fazendo o possível para esquecer seus traumas. Agora, o mundo tranquilo de Parham está prestes a ser brutalmente interrompido. Das profundezas, surge uma força da natureza que transcende seus sonhos mais loucos - uma aparição de fogo que sabe uma coisa ou duas sobre o mal... e ainda mais sobre vingança!
Em livrarias como a Leitura, na Barra da Tijuca, é possível encontrar a edição brasileira da HQ "The Boys", lançado lá fora pela Dynamite, e publicado aqui pela Devir.
