Heroísmo autocolante

Criador do vigilante Penitente, o quadrinista Lorde Lobo investe em álbum de figurinhas que reúne super-heróis das mais variadas gerações

Por Rodrigo Fonseca | Especial para o Correio da Manhã

O álbum organizado por Lorde Lobo reúne heróis brasileiros de gibis pulicados em todos os tempos

 

Sempre devotado ao evangelho do Penitente (um vigilante dos gibis nacionais parecido com Rambo, só que em versão zumbi), o quadrinista Lorde Lobo tem um projeto novo que mexe com a nostalgia de qualquer nerd: um álbum de figurinhas. O tema dos 160 cromos adesivos: super-heróis do Brasil. O Capitão 7, um de nossos mais antigos vigilantes, estará lá, ao lado de guardiões da Justiça mais contemporâneas. O projeto estava no Catarse, mas já está prestes a sair do forno.

Idealizador do chamado "Sacroverso", universo temático que mistura de terror e ação, Lorde Lobo ganhou notoriedade com a saga do Penitente, um assassino de aluguel que volta do Além com a tarefa de salvar setenta vezes sete vezes o número de vítimas inocentes que executou tem um ibope dos mais altos. Basta olhar a mobilização em torno de suas missões no site http://www.lordelobo.com.br/penitente/, onde seus gibis estão à venda.

Na entrevista a seguir, o artista gráfico gaúcho fala sobre o que os quadrinhófilos vão colar nas páginas de "Grandes Heróis Br".

Que heróis são esses?

LORDE LOBO: São super-heróis brasileiros de histórias em quadrinhos das mais variadas épocas. Todos já tiveram - ou ainda estão tendo - aventuras publicadas, seja de forma impressa ou virtual. No álbum, estão representados alguns clássicos, como o Capitão 7, e até vigilantes contemporâneos, como o Penitente. Também temos heróis indígenas, como o Pajé e o Xamã. Temos muitas super-heroínas. Temos incríveis grupos.

O que a cultura dos álbuns de cromos e de figurinhas representam para o pop?

Os álbuns de figurinhas sempre estiveram e, ainda estão (principalmente, em época de Copa do Mundo) presentes no cenário da cultura pop. É bastante comum vermos os personagens das grandes editoras em álbum de figurinhas e sempre se sonhou com um só de personagens nacionais. Agora, a vez chegou!

Que álbuns você preencheu em sua infância e quais completou?

Nossa! Foram muitos álbuns colecionados, mas, pouquíssimos completados! Ô, lasqueira! Lembro de ter colecionado um de faroeste, um de animais, um de raças alienígenas e, é claro, um de super-heróis. Só nunca quis os de futebol.

Que ideia possível de super-heroísmo existe no Brasil?

O mito do super-herói já é universal! Não pertence mais apenas a este ou a aquele país. É um gênero e, como tal, ganha o mundo. Há quem tente dizer que super-heróis são só dos estadunidenses. Bem... o faroeste também nasceu lá e ninguém faz HQ sobre este tema melhor do que os italianos. A Índia tem seus super-heróis indianos e, por lá, eles vendem mais do que as revistas das grandes editoras norte-americanas. O gênero cabe em qualquer lugar do mundo e, com toda a certeza, aqui no Brasil também.