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Julio Andrade: 'Betinho me fez enxergar o Brasil dos invisíveis'

Julio Andrade estrela série sobre o sociólogo Betinho | Foto: Divulgação Globoplay

Uma série para não esquecer Betinho. Foi assim que Daniel de Souza, o filho, e Julio Andrade, protagonista e diretor da produção, definiram o próximo lançamento do Globoplay: "Betinho: No Fio da Navalha", em evento de lançamento da série na noite desta terça-feira (28), no Rio.

"Essa é a história de um brasileiro que tinha a utopia de um Brasil justo e solidário", começou o ator bastante emocionado, por causa da morte do sogro. "Betinho foi um personagem me levou a lugares que eu nunca tinha percorrido antes como ator. Também me fez enxergar o Brasil dos invisíveis", destaca o ator que descoloriu os cabelos e perdeu sete quilos para viver o sociólogo irmão do cartunista Henfil celebrizado nos versos de "O Bêbado e a Equilibrista" (João Bosco e Aldir Blanc).

O cartunista, por sua vez, é papel para Humberto Carrão, enquanto Ravel Andrade, irmão mais novo de Julio, viverá o outro irmão do personagem, Chico Mário. Hemofílicos, os três morreram em consequência do HIV, vírus adquirido nas transfusões de sangue. Henfil e Chico morreram em 1988, e Betinho, em 1997.

O elenco conta ainda com Marieta Severo e Andréia Horta. A primeira será Maria Figueira Souza, mãe de Betinho, Henfil e Chico, e a segunda, a publicitária Nádia Rebouças, que trabalhou com Herbert de Souza na ONG Ação da Cidadania.

"Apesar de uma história com muitos momentos tristes, essa é uma série de esperança e da luta de um brasileiro pela sua gente", comentou Daniel.

O documental biográfico estreia nesta sexta-feira (1º). Criada por José Junior e com direção geral de Lipe Binder, a produção tem oito episódios, retrata a luta de Herbert de Souza pelas causas sociais, em especial o combate à Aids e à fome, e resgata momentos da vida do sociólogo entre os anos 1960 e 1990.

"Fui impactado por um homem que parecia um super-herói. Betinho tinha um corpo muito frágil e, ao mesmo tempo, uma espécie de armadura de um samurai. Dificilmente eu seria quem eu sou se não tivesse sido impactado pelo Betinho", destacou José Júnior, showrunner da produção.

Durante o governo de João Goulart (1961-64), Betinho assessorou o Ministério da Educação e Cultura (MEC), chefiou a assessoria do Ministro Paulo de Tarso Santos e defendeu as reformas de base, especialmente agrária.

Com o golpe militar, em 1964, mobilizou-se contra a ditadura e se viu obrigado a buscar exílio. Ficou dois anos no Chile, seguindo para México e Canadá na sequência. Voltou ao Brasil no ato da Anistia a presos políticos, em 1979, momento eternizado pela canção de Aldir Blanc (1946-2020) e João Bosco eternizada na voz de Elis Regina (1945-1982) como um hino em favor da Anistia.

 

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