O pesadelo financeiro continua e Paramount demite CEO
Grupo Viacom, que controla os estúdios e a plataforma, entre outras empresas demite e extingue cargo de Bob Bakish. Função agora será exercida por comitê de executivos
A Paramount Global demitiu nesta semana o CEO da companhia Bob Bakish, que ocupava o cargo desde 2016. O executivo estava na empresa desde 1997. A informação foi confirmada pela empresa em comunicado para a imprensa. Ninguém ocupará o cargo, que será extinto. Um comitê de três executivos que já fazem parte do conglomerado de mídia comandará os rumos daqui para frente.
George Cheeks, presidente e CEO da CBS; Chris McCarthy, presidente e CEO da Showtime, MTV Entertainment Studios e Paramount Media Networks; e Brian Robbins, presidente e CEO da Paramount Pictures e Nickelodeon, vão definir o destino da empresa daqui para frente.
Bakish se tornou-se CEO da Viacom em 2016. Ele permaneceu no cargo quando a Viacom e a CBS Corporation se fundiram em 2019 para formar a Paramount Global. O executivo foi o principal entusiasta do Paramount , serviço de streaming da empresa.
Bakish também está deixando o conselho de administração da Paramount. Sua saída acontece após os problemas financeiros da companhia virem à tona.
Segundo balanços divulgados pela própria Paramount para acionistas, o streaming Paramount deu um prejuízo de S$ 1,6 bilhão (R$ 8,2 bilhões na cotação atual) em 2023. Por conta do problema, produções foram canceladas, como o reality show Rio Shore.
Os papéis da companhia, negociados na bolsa de valores dos Estados Unidos, acumulam uma queda de 52% em 12 meses. Em três anos, o tombo é de 73%. No balanço do ano passado, há cerca de US$ 14 bilhões (R$ 72 bilhões) em dívidas e empréstimos devidos.
Por conta dos problemas financeiras, a Paramount está à venda para sanar a crise. O fundo de capital privado Apollo Global teria, de acordo com The Wall Street Journal, ofereceu US$ 11 bilhões para comprar apenas as divisões de cinema e TV da Paramount, mas a proposta foi recusada.
O fundo fez uma segunda proposta de US$ 26 bilhões pelo grupo todo, mas o negócio também não foi aceito. Agora, de acordo com The New York Times, a Apollo está buscando o apoio da Sony, que já tem a Columbia Pictures, para fazer a aquisição por completo. A entrada da Sony agrada acionistas da Paramount.
No Brasil, a Paramount tenta rescindir o contrato de transmissão da Libertadores e da Copa Sul-Americana, como antecipou a reportagem para cortar custos. O acordo com a Conmebol é válido até 2026.