Por:

Quando o prato principal é a imaginação

Por Cláudia Chaves

Especial para o Correio da Manhã

O termo Performance vem do inglês e se refere a um movimento que se consolidou como uma linguagem artística. Até 18 agosto, o Oi Futuro apresenta o premiado "Encontro Romântico Binaural", da companhia britânica ZU-UK, com sessões gratuitas às quartas e quintas em dois horários: 18h30 e 20h.

Desde os movimentos de vanguarda do início do século XX, as fronteiras entre as manifestações artísticas começam a se diluir. Assim, à procura da obra completa, uma obra que expresse o autor e, ao mesmo tempo, transforme o público em protagonista. Surge a Performance, obra e ato simultâneos, que se mostra como uma maneira de circular as ideias em que a plateia é decisiva em sua participação.

A performance imersiva roteirizada e dirigida por Persis Jadé Maravala e Jorge Lopes Ramos estreou nos palcos londrinos em 2017 e chega pela primeira vez no Brasil depois de percorrer por cidades do Reino Unido (Liverpool, Manchester, York) e passar também por Macau, na China, e pelas colombianas Manizales e Bogotá. A proposta é uma experiência social instigante sobre relacionamento, afeto e autoconhecimento.

"Encontro Romântico Binaural", desde o início, transforma os assistentes em autores/atores. O andar térreo do Oi Futuro transmuda-se em restaurante, com mesas de jantar disponíveis com ocupação para duas pessoas. Sentadas de frente uma para a outra, mesmo que não se conheçam, utilizam fones de ouvidos e a performance começa: uma voz feminina irá guiá-las o tempo todo em busca do encontro perfeito. Olhar o parceiro com atenção, elogiar sua roupa, imaginá-lo em situação de prazer ou até mesmo de repulsa são algumas das instruções que os participantes recebem pelos fones.

E a performance não para por aí: o ator inglês radicado em São Paulo, James Turpin, também entra em cena. Ele é o garçom responsável por quebrar o gelo dos casais propondo alguns jogos de cooperação mútua, como desenhar o seu parceiro em apenas 10 segundos. Já o técnico e o designer de som Ross Flight, programou o sistema de áudio binaural com a companhia e manipula a trilha sonora ao vivo.

Nessa manifestação reside uma grande semelhança com o teatro. Em ambos, quando tem-se o protagonismo da plateia, há uma linha narrativa que flui, que se presentifica pelo personagem com a sua própria vida, realizando assim a criação artística. "Gosto de conhecer experiências na qual eu possa participar,conhecer pessoas e me sentir artista, nem que seja por pouco tempo" fala Teresa Neiva, produtora.

"A experiência funciona independente de ter ou não uma química entre as pessoas. Ela funciona tanto com amigos quanto com um casal romântico. Então é uma experiência teatral artística muito prazerosa, na qual casais já existentes podem sair fortalecidos, novos casais podem surgir ou até mesmo novas amizades", afirma Jorge Lopes Ramos, co-diretor.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.