Por: Cláudia Chaves | Especial para o Correio da Manhã

No escurinho do cinema

Em 'Cinema Orly', Teo Pasquini coloca em tensão desejos e morais de um homem gay além das normas que tentam enquadrá-lo | Foto: Thaís Grechi/Divulgação

 

Durante décadas, determinados cinemas eram uma forma de fugazes encontros sexuais. Ao invés de drops de anis, o que se via era sexo oral, masturbação, pegação de todo tipo. Foi esse clima, frenético, abudante, decepcionante e árido que Luiz Capucho escreveu Cinema Orly, ali na Cinelândia.

A performance "Cinema Orly", com direção de Diogo Liberano, é baseada no livro homônimo de Luís Capucho. A trama acompanha um homem atravessado por vozes e imagens vividas nesse ambiente, frequentado por figuras socialmente marginalizadas, alvo de preconceitos e caricaturas. Homossexuais, bissexuais, travestis, transgêneros e quem mais não se identificava com as formas normatizadas de gênero e sexo encontraram um refúgio no Cinema Orly, que exibia filmes pornográficos diariamente.

Com dramaturgia de Gustavo Colombini e atuação de Teo Pasquini, a performance estreou em 5 de outubro no Teatro Glaucio Gill e segue em cartaz até esta sexta-feira (27), com sessões às quintas e sextas-feiras, sempre às 20h. De 2 a 5 de novembro, de quinta a domingo, as apresentações passam para o Teatro Dulcina (no mesmo edifício que abriga o Orly em seu subsolo).

"Na performance, o ator Teo Pasquini coloca em tensão desejos e morais, experiências de amor e sexo, mesclando biografias e ficções para celebrar a vida de um homem gay para além de qualquer norma que tentaria enquadrá-la", define o criativo e premiado diretor Diogo Liberano.

SERVIÇO

CINEMA ORLY

Teatro Dulcina (Rua Alcindo Guanabara, 17 - Cinelândia)

De 2 a 5/11, quinta e sexta (19h), sábado (15h* e 19h) e domingo (15h* e 18h).

*Sessões acessíveis em Libras

Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia)

 

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