Laureado com o Nobel de Literatura de 2022, o escritor norueguês Jon Fosse, nascido em 1959 em Haugesund, cresceu no oeste da Noruega, em um pequeno sítio em Strandebarm. Começou a escrever poemas e histórias aos 12 anos e disse que achava que escrever era uma forma de fuga. "Criei o meu próprio espaço no mundo, um lugar onde me senti seguro", disse ele ao The Guardian em 2014.
Quando jovem, ele foi comunista e anarquista e estudou literatura comparada na Universidade de Bergen. Fosse escreve em Nynorsk, uma língua minoritária, em vez de Bokmål, a língua norueguesa mais amplamente usada na literatura. Embora alguns tenham interpretado o uso do Nynorsk como uma declaração política, Fosse disse que é simplesmente a linguagem com a qual ele cresceu.
Escritor prolífico que publicou cerca de 40 peças, bem como romances, poesias, ensaios, livros infantis e obras de tradução, Fosse é há muito reverenciado pela sua linguagem livre e transcendente e pela sua experimentação formal.
Numa conferência de imprensa na quinta-feira, Anders Olsson, presidente do comité do Nobel de Literatura, elogiou "a linguagem sensível de Fosse, que investiga os limites das palavras". A obra de Fosse foi traduzida para cerca de 50 idiomas e ele está entre os dramaturgos vivos mais representados do mundo, embora pouco interpretado no Brasil. Mas só recentemente ele encontrou grande aclamação no mundo da língua inglesa.
A atual encenação de "Violeta" pelo grupo Teatro Número Três adiciona elementos cênicos ao texto original que mostra um grupo de jovens se encontra para um ensaio de sua banda musical. Ao optar por atrizes marca o que caracteriza a obra do autor: utilizar situações cotidianas, em poucas palavras, frases curtas para expor conflitos da almas.
SERVIÇO
VIOLETA
Teatro Dulcina (Rua Alcindo Guanabara, 17 - Cinelândia)
Até 29/10, sexta e sábado (19h) e domingo (18h)
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia)
