Por: Cláudia Chaves - Especial para o Correio da Manhã

CRÍTICA / TEATRO / A LÍNGUA MÃE | Uma lição exemplar

A firmeza de Monica Biel envolve o público em 'Língua Mãe' | Foto: Divulgação

Em português, fala-se de dar uma lição moral ou fazer um sermão quando alguém que impor o seu pensamento. Em inglês se fala "dar uma conferência". A peça "A Lingua Mãe", monólogo de Juan José Millás, reflete sobre a linguagem, as palavras, A obra começa como uma palestra e, aos poucos, Monica Biel (atriz e tradutora) apresenta suas para questionar a nossa capacidade de sermos donos das palavras ou são elas que nos dominam no meio da algaravia que estamos vivendo.

Sob a direção de André Paes Leme, Monica se apresenta com um figurino, daqueles protótipos de uma pessoa professoral. Abre o dicionário, os óculos, consulta o texto da conferência. Tudo converge para alguém que, a primeira vista, nos parece dogmática. Mas a evolução da apresentação nos leva para os outros caminhos.

Entra e sai do dicionário, dos papeis nos quais está o texto que deve falar.

A firmeza de Monica nos envolve, ao interpretar uma personagem que oscila o tempo todo entre o que está definido - as próprias regras da língua- e as suas sensações e as suas versões. A direção de Andre Paes Leme traz a leveza não necessária a um texto, absolutamente mordaz e crítico, que faz do jogo de palavras a capacidade de refletir sobre o que somos e o que pensamos. (C. C)

SERVIÇO

A LÍNGUA MÃE

Espaço Abu (Av. Nossa Sra. de Copacabana, 249 - loja E)

30/11 e 1/12, às 20h

Ingressos: R$ 50 e R$ 25 (meia)

 

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