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A voz firme de Helena Blavatsky, um farol de conhecimento

Com sua destacada atuação, Beth Zalcman venceu o Prêmio Cenym de Melhor Atriz pelo espetáculo | Foto: Kim Leekyung/Divulgação

Importante pensadora do final do século 19, a russa Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891) buscou ampliar o diálogo entre religião e ciência, influenciando personalidades de diversas áreas do conhecimento. Sua vida e obra inspiraram o monólogo "Helena Blavatsky, a voz do silêncio", estrelado por Beth Zalcman, sob a direção de Luiz Antonio Rocha, com texto de Lucia Helena Galvão, filósofa, professora, escritora, poetisa e palestrante em sua primeira incursão na dramaturgia.

Há um ano em cartaz em diversas cidades brasileiras, a peça encerra temporada, neste sábado (9), no Teatro dos Quatro, no Shopping da Gávea. Até agora, cerca de 40 mil espectadores já assistiram e se emocionaram com a atuação de Beth Zalcman, vencedora do Prêmio Cenym de Melhor Atriz pelo espetáculo.

"Assim como alcançamos espectadores em todo o mundo com as apresentações virtuais, a versão presencial tem atraído muita gente de vários estados brasileiros e até do exterior. Recentemente recebemos um grupo da Holanda", conta Luiz Antonio Rocha sobre o sucesso da montagem. "Recebemos também muitos retornos de gente falando na importância de um espetáculo que se debruça sobre a alma humana, que traz à tona nossos sentimentos mais essenciais", completa.

Helena Blavatsky foi, antes de tudo, uma incansável buscadora de sabedoria antiga e atemporal, revolucionando o pensamento humano. Sua vasta obra influenciou cientistas como Einstein e Thomas Edison; escritores como James Joyce, Yeats, Fernando Pessoa, T. S. Elliot; artistas como Mondrian, Paul Klee, Gauguin; músicos como Mahler, Jean Sibelius, Alexander Criabrin; além de inúmeros pensadores, como Christmas Humphreys, C. W. Leadbeater, Annie Besant, Alice Bailey, Rudolf Steiner e Gandhi.

"Considerando que vivemos num período de caos mundial (vide as guerras atuais), no qual o fundamentalismo, as tecnologias e as crises políticas e climáticas do planeta invadem nossa dignidade com tanta violência, resgatar os pensamentos de Blavatsky é de extrema importância", afirma Luiz Antônio Rocha. "Segundo Blavatsky, nada pode afetar a um homem ou a uma nação sem que afete a todos os homens e a todas as nações", completa o diretor.

"Interpretar Helena Petrovna Blavatsky é mergulhar no improvável, no intangível. Nada mais desafiador para uma atriz realizar um texto que demanda extrema sensibilidade, concentração e imaginação, e transporta a plateia para um universo de possibilidades", define a atriz Beth Zalcman. "Desde o início da minha busca pelo conhecimento através da filosofia, me deparei com pensadores que dedicaram suas vidas a buscar, compilar e transmitir ideias que entrelaçam nossas vidas e compõe parte do que somos. Esta peça é uma forma comovida e contundente para homenagear esta mulher tão especial", conclui a autora Lucia Helena Galvão.

A encenação propõe uma dramaturgia inspirada no "sfumato", de Da Vinci. A montagem procura levar o público do irreal ao real, das ilusões à verdade espiritual, da ignorância à sabedoria que ilumina o propósito da existência. A direção de arte, cenário e figurinos foram baseados em algumas pinturas do artista impressionista Édouard Manet.

SERVIÇO

HELENA BLAVATSKY, A VOZ DO SILÊNCIO

Teatro dos Quatro (Rua Marquês de São Vicente, 52 - 2° Andar - Shopping da Gávea)

Até 9/12, sexta e sábado (20h)

Ingressos: R$ 120 e R$ 60 (meia)

 

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