Por: Cláudia Chaves | Especial para o Correio da Manhã

Reiner Tenente: 'Uma peça não tem outra missão se não tocar as pessoas'

Reiner Tenente: aposta na formação de talentos | Foto: Oseias Barbosa/Divulgação

Cresce no Brasil o interesse pelos musicais. E quem não tem vontade de estudar em uma instituição como a Juilliard School retratada em "Fame" (1980)", o CEFTEM - Centro de Estudos e Formação em Teatro Musical há 10 anos, sob a regência de Reiner Tenente e João Fonseca, desenvolve a formação e jovens atores, preparando-os para três segmentos artísticos que estruturam o gênero: canto, dança e interpretação.

O CEFTEM tem sido nesses últimos dez anos a primeira e única escola brasileira especializada, com curso profissionalizante. E expandiu a grade curricular, oferecendo aulas presenciais e à distância. Além do espaço original da Glória, foram criados pontos de ensino na Barra da Tijuca e em Niterói, além de uma parceria com o Centro Cultural Brasileiro em Londres.

"Um quadro pintado, uma canção ou uma peça não tem outra missão se não tocar as pessoas, seja para divertir, fazer pensar, emocionar ou impactar. E o artista precisa ter consciência disso. Ele não sobe ao palco somente por si mesmo. Existe um significado maior do que nós na arte, por isso, queremos usar do teatro musical para realizar sonhos e transformar a sociedade", explica Tenente.

As disciplinas serão ministradas nomes como Thiago Abravanel e Ícaro Silva. O corpo docente conta ainda com orientação artística de João Fonseca, e a consultoria de de Claudia Raia.

Berço de talentos

A instituição formou nomes de peso, como Giulia Nadruz, que participou de uma das primeiras turmas e hoje conta com 20 espetáculos no currículo, sendo metade como protagonista. Quem também passou por lá foi Bel Lima, estrela de "Vicky e a Musa", do Globoplay; Analu Pimenta, atriz, cantora e dubladora; e Dennis Pinheiro, vencedor do prêmio de melhor ator no Festival de Cinema de Gramado.

"Nossa intenção é criar uma metodologia inclusiva para que qualquer pessoa, mesmo quem nunca teve contato com a arte, possa sair dali como um artista qualificado e pronto para entrar no mercado de trabalho", reforça.

Em dez anos, O CEFTEM encenou mais de 50 espetáculos, cativando mais de 120 mil pessoas. Cerca de 4 mil alunos passaram pela escola, muitos seguem carreira artística como atores, diretores, coreógrafos e figurinistas, entre outros.

Além disso, a organização constantemente desenvolve e participa de ações sociais, a fim de deixar a arte mais diversa, acessível e humana. "Acho que a arte só faz sentido quando é inclusiva. Então temos ações destinadas aos corpos pretos e trans de baixa renda, pra trazer esses jovens pra dentro do palco. É preciso cada vez mais utilizar do olhar artístico como um meio de reparação social", defende.

 

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