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Uma celebração à heroína Maria Felipa em 'A Menina Dança'

O elenco do espetáculo, que fica aem cartaz até domingo no Sesc Tijuca | Foto: Valmyr Ferreira/Divulgação

Um projeto de dança, voltado para o público infantil e que conta a história de uma heroína da pátria: Maria Felipa. Este é o pano de fundo de "A Menina Dança", espetáculo de dança afro em ritmos como maracatu, jongo, maculelê, samba de roda e outros, sempre conectado ao corpo e enredo histórico.

Contemplado no Edital Sesc Pulsar, o espetáculo está em cartaz no Ssc Tijuca, com apresentações gratuitas. O projeto integra a programação do Festival de Dança Corpo Negro do Sesc RJ.

"A Menina Dança" apresenta uma personagem acessível ao espectador mirim, que percebe a importância do tema. Através da dança são reveladas histórias que precisam ser multiplicadas. Durante a apresentação, a personagem trará sua história, sua amizade com os peixes - que estarão em cena também - e como conseguiu afundar, juntamente com seus amigos locais, mais de 40 navios na Ilha de Itaparica (BA), durante a independência do Brasil. A peça tem uma linguagem específica para crianças da pré-infância à infância, com cantigas conhecidas em seu dia-a-dia, trazendo conexão com as cenas retratadas no palco.

De acordo com a crítica teatral e dramaturga, é necessário ter um olhar de admiração e afeto com relação à história dos negros brasileiros. Segundo ela, os artistas farão este papel através do lúdico para a pré-infância e infância, sendo essa a linguagem abordada na obra. "Contar essa história com beleza é nosso foco. A importância de Maria Felipa é imensa. Falamos da luta de uma mulher negra, líder e empoderada, para crianças que são multiplicadoras de ideias. Falar de uma pessoa apagada pela história, por sua cor e gênero, é um movimento imponente", analisa Paty.

A diretora artística do espetáculo é Flavia Souza, multiartista premiada e bacharela em dança pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com 21 anos de carreira na área artístico cultural. Ela assina o trabalho coreográfico-corporal do elenco. Ano passado, a profissional foi indicada como Melhor Atriz Coadjuvante no prêmio internacional Los Angeles Brazilian Film Festival (LABRFF), nos EUA, pelo filme "Nosso Sonho", cinebiografia de Claudinho e Buchecha. Também é coordenadora do grupo Cultural Afrolaje e titular do Fórum de Mulheres do Hip Hop pelo Ministério das Mulheres. "Apesar de minha vasta experiência profissional, essa é minha estreia na direção de um espetáculo de dança infantil. É uma responsabilidade sem tamanho, principalmente por se tratar de um tema antirracista para a infância", diz Flávia.

A atriz e dançarina Gabriela Luiz é a protagonista. A artista foi indicada ao Prêmio de Melhor Atriz no Centro Brasileiro Teatro para a Infância e Juventude (CBTIJ), além de fazer a direção de movimento do espetáculo "Nem Todo Filho Vinga", que levou o Prêmio Shell, em 2022, como Melhor Direção Artística.

Na peça, cinco bailarinos em cena trazem conceitos afro-brasileiros. A estética visual do espetáculo também estará voltada à cultura africana, desenhada pelo figurinista Ricardo Rocha, vencedor do Prêmio CBTIJ como Melhor Figurinista.

SERVIÇO

A MENINA DANÇA

Teatro I do SESC Tijuca (Rua Barão de Mesquita, 539)

Até 26/5, sexta (11h e 15h), sábado e domingo (16h)

Entrada franca