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A arte de se superar

Martha Paiva idealizou o espetáculo a partir de histórias colhidas | Foto: Renata Duarte/Divulgação

A partir da necessidade de falar sobre o amor na perspectiva feminina, desde a educação oferecida às meninas até o encontro com possíveis relacionamentos abusivos e até o feminicídio, a Cia do Solo desenvolve o espetáculo "Fé Mina - histórias de mulheres". A peça traz leveza crítica à situação, através de uma abordagem cômica, mostrando histórias colhidas pela idealizadora, autora e atriz, Martha Paiva, em seu repertório pessoal, familiar e no convívio com mulheres, que têm em comum amores abusivos e histórias de superações.

Contemplado no Edital de Chamada Emergencial de apoio ao Teatro "Evoé! RJ", da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (SECEC- RJ) através dos recursos da Lei Paulo Gustavo, o espetáculo fica em cartaz no Teatro Dulcina, nos dias 4, 11, 18 e 25 de julho, sempre às 19h, e busca incentivar o protagonismo feminino, reafirmando o papel do humor na promoção da saúde social, emocional e social de uma sociedade.

"Nosso objetivo principal é engajar mulheres a busca pelo auto amor, e também estimular a denunciar abusos cometidos dentro do lar, divulgar algumas histórias, possibilitando, a partir delas, reflexões e discussões sobre aspectos essenciais e urgentes em nossa sociedade, tais como a tolerância, o respeito às diferenças e a cidadania", explica Martha Paiva, atriz e idealizadora do espetáculo.

Com direção de Ana Luíza Bellacosta, "Fé Mina - histórias de mulheres" traz para dentro da dramaturgia contos como "As duas mulheres que conquistaram a liberdade", de origem inuíte, e o "Barba Azul", de Charles Perrault. As duas referências criam outras camadas narrativas sobre o tema, já que ambos revelam a contínua construção da sociedade através do olhar da mulher selvagem, que transgride o sistema patriarcal.

"Como selvagem, pode-se entender a busca da aproximação consciente e inconsciente das nossas forças ancestrais femininas, que abrangem a cura, a lógica, o maternal, e muito mais. Cabe nesse projeto uma reflexão crítica sobre a condição do papel da mulher nos séculos passados, a gerência do patriarcado e o quanto ele ainda reverbera em nosso tempo", provoca Ana Luíza.

SERVIÇO

FÉ MINA - HISTÓRIAS DE MULHERES

Teatro Dulcina (Rua Alcindo Guanabara, 17 - Centro)

De 4 a 25/7, às quintas (19h)

Entrada franca