Todo mundo gosta de festa. Ainda mais uma festa com fartura, com o que é servido agrada, e muito, a todas idades e gêneros, os melhores convidados, um oi em cada passo, parentes, que se pode e deve levar as crianças, amigos que se reencontram, romances que começam e muita, mas muita arte. Assim é a 16ª Fita - Festa Internacional de Teatro de Angra, evento anual que reúne a nata das artes cênicas. A idealização, direção e curadoria de são de João Carlos Rabello com a sub-curadoria de Maria Siman.
Os artistas estão lá, coisa raríssima, próximos do público e prontos para fazer fotos, interargir com a cidade e com os todos que estão lá. Como acontecem em Festivais a confraternização entre os participantes é o diferencial. Conversar, trocas, nascem, por ali. Novos amigos de infância, amigos de muitas lutas, todo com foco em uma só coisa: como: apresentar o melhor de si próprio.
Ao longo de 17 dias, de 13 a 29 de setembro, a cidade recebeu 29 espetáculos dos mais variados gêneros e estilos, no Teatro Municipal e no Cais Santa Luzia, em que uma enorme tenda é armada todos os anos para receber as sessões, que dá uma sensação incrível porque parece pousar sobre o mar de Angra.
Durante a festa, acontece ainda o Prêmio Fita, em que um júri avalia os espetáculos, além do voto do júri popular. O júri é formado pelo ator, diretor e pesquisador Sergio Fonta (presidente), o jornalista e crítico Dirceu Alves Jr, a atriz Elaine Alves e o cenógrafo José Dias. A cerimônia de premiação acontecerá este mês.
Algumas produções saem na frente, como "Brás Cubas", da Armazém Companhia de Teatro, e o musical "Kafka e a Boneca Viajante", que empataram em nove indicações cada um. "O Admirável Sertão de Zé Ramalho" aparece com sete menções e, logo em seguida, vem "Ensaio para um Adeus Inesperado" e "Bonitinha, mas Ordinária" (com seis indicações) e 'Em Nome da Mãe' (cinco), inclui ainda nomes como Adriana Lessa, Alessandra Maestrini, Heloisa Perissé, Isabel Teixeira, Lorena Comparato, Natália Lage e Paulo Betti.
O início
"Quando vi a Flip (Festa Literária de Paraty, logo pensei que Angra deveria ter algo semelhantes. Apresentei a ideia ao prefeito e o projeto foi abraçado. E fomos abraçados também pela população, pela classe teatral, pelos turistas. Angra agora é também o porto do teatro", conta Rabello.
Sergio Fonta fala da missão de comendar o júri. "É uma função que desempenho com respeito por todos os participantes. São dois primeiros mandamentos, se é que se pode falar assim, para presidir o júri aqui em Angra: amar o teatro e amar a Fita. Eu amo os dois", afirma.
Figura frequente na Fita, Flávio Marinho foi indicado a melhor autor e melhor diretor por "Não me entrego não", com Othon Bastos, um dos melhores espetáculos do ano. "Ganhei, ano passado, melhor autor por 'Judy - o arco íris é aqui' e este ano estou indicado como melhor autor e melhor diretor por 'Não me entrego não'. Mas o melhor de tudo é que, segundo o João (Rabello), meus espetáculos são campeões de audiência nesses anos de existência do Festival. Quer láurea melhor que essa?", comemora.
Paulo Betti, que concorre a melhor autor e melhor ator, com "Autobiografia Autorizada", destaca a importância de participar da Fita. "Esse meu monólogo sobre meus ancestrais só me traz alegrias. São nove anos em cartaz. A Fita é um festival da maior importância. É muito bom fazer parte dele", observa.
Indicado na categoria Melhor Direção Musical com "Raul Seixas, O Musical", Gabriel Garcia reforça as palavras de Betti. "Me sinto muito feliz e realizado com a indicação ao Prêmio FITA, agradeço demais o convite de Leonardo da Selva! Isso só reforça o que eu já sabia: a obra de Raul Seixas é incrível! Nada seria possível sem nossa equipe maravilhosa e é um prazer ter acesso a esse repertório de músicas tão primoroso", elogia.
"O bom de um festival como esse a gente chega e tem muita coisa para resolver, para quebrar o galho, para procurar o sim. E na Fita todo mundo colabora", resume Flavia Cotta, camareira e assistente de "Raul Seixas, O Musical" e outros espetáculos de Bruce Gomlevsky.