Por:

Um musical soberano para o gênio Tom Jobim

Elton Towersey dá vida a Tom Jobim no palco | Foto: Divulgação

Nunca houve e provavelmente nunca haverá um compositor como Antônio Carlos Brasileiro Jobim, o nosso Maestro Soberano. Amado por sua música, inteligência e humor, Tom Jobim mostrou ao mundo o melhor do Brasil. Sua trajetória única, da bucólica Ipanema dos anos 1950 aos maiores palcos do mundo é contada em "Tom Jobim Musical", uma montagem emocionante que retrata a vida e o legado do criador da Bossa Nova que estreia nesta quinta-feira (17) no Teatro Casa Grande.

A superprodução tem dramaturgia de Nelson Motta e Pedro Brício, direção de João Fonseca, direção musical de Thiago Gimenes e conta com 27 atores e 15 músicos em cena. Assinam a produção geral do espetáculo os produtores Luiz Oscar Niemeyer, Júlio Figueiredo e Bárbara Guerra.

Quando se ouve uma batida de Bossa Nova, em qualquer lugar do mundo imediatamente se imagina o Brasil, suas belezas naturais, seu povo alegre e criativo. Foi a Bossa Nova de Tom, Vinicius de Moraes e João Gilberto que popularizou nossa musicalidade e levou nossa cultura para todos os cantos do mundo.

O musical leva os espectadores a uma jornada cativante através das melodias atemporais e das letras poéticas que definiram uma era. Da criação da icônica "Garota de Ipanema" aos sucessos internacionais como "Desafinado" e "Wave", cada nota ressoa com a paixão e a genialidade de Jobim.

O autor afirma que Tom Jobim associou sua música maravilhosa para sempre como um símbolo do Brasil, de nossa riqueza e diversidade, de nossa natureza e nosso povo. "Estilo, inspiração, e muito trabalho duro, o levaram ao panteão dos grandes mestres da canção popular do século XX ao lado de Cole Porter, Gershwin, Irving Berlin, Duke Ellington, Rogers e Hart, Dylan, Stevie Wonder, Lennon e McCartney, Richards e Jagger", enumera.

"Tom Jobim mudou o rumo e ritmo da música do mundo, tornou-a mais leve, solar e melodiosa", continua Nelson, destacando que "Garota de Ipanema" e "Águas de Março" estão entre os maiores hits mundiais de todos os tempos, gravadas pelos maiores intérpretes do nosso tempo. Continua na página seguinte

 

Influência marcante sobre toda a MPB

A obra atemporal de Tom Jobim, o nosso Maestro Soberano, é celebrada com pompa em musical escrito por Nelson Motta e Pedro Brício | Foto: Reprodução

"Descendente musical de Dorival Caymmi e Ary Barroso com Debussy, Ravel e Cole Porter, não há um só entre os gigantes da música brasileira, Chico, Caetano, Gil, Milton, Edu Lobo, Paulinho da Viola, João Bosco, que não tenha bebido em sua generosa fonte. A parte mais difícil de transformar sua vida e obra em um musical de teatro é a qualidade de suas músicas, como escolher apenas 30? O certo é que nenhum musical da Broadway teve, tem ou terá um score musical á altura do maestro soberano Tom Jobim", comenta Nelson, jornalista, crítico musical e compositor.

Apesar de sua genialidade, o maestro tem sua primeira biografia musical. E coube a um craque do gênero assumir esse desafio. João Fonseca é responsável por grandes musicais brasileiros de artistas de sucesso como Tim Maia, Cazuza e Cássia Eller.

"Uma peça sobre Tom só pode ser uma celebração sobre a música, o amor, a natureza e sobre o Brasil!! Narrado pelo grande parceiro e amigo Vinicius de Moraes, a música de Tom é a protagonista do espetáculo, mas o homem bonito e charmoso também está lá, aquele que era popular e erudito, maestro e boêmio, carioca e universal! Essa mistura única também será a marca desse musical original sobre este brasileiro muitas vezes apontado como um dos melhores compositores de música popular do mundo", diz o diretor.

A direção musical e a responsabilidade de trazer esse repertório para o contexto teatral ficará com Thiago Gimenes, compositor, maestro, grande admirador de Tom e veterano em assinar grandes espetáculos de teatro musical.

"Antônio Carlos Jobim, ao lado de Vinícius de Moraes e João Gilberto foi o responsável pela Bossa Nova desde a sua definição e início de movimento, até sua propagação e consagração em todo mundo pela qualidade, complexidade e genialidade na composição", afirma Gimenes. "Tom tem sua música definida como minimalista justamente por ser um mestre em saber respeitar e valorizar tanto o som, quanto a pausa, colocando a composição e seus arranjos como protagonista numa geração onde o lugar pertencia apenas aos cantores e suas vozes. Celebrar Tom Jobim é celebrar a valorização da música Brasileira em todo o mundo! Continua sendo referência e mestre pra todas as gerações", completa.

SERVIÇO

TOM JOBIM MUSICAL

Teatro Casa Grande (Av. Afrânio de Melo Franco, 290 - Leblon)

De 17/10 a 15/12 e de 2/1 a 23/2, quintas e sextas (20h), sábados e domingos (15h e 19h)

Ingressos: Plateia VIP e camarote - R$ 320 e R$ 160 (meia) | Plateia Setor I - R$ 280 e R$ 140 (meia) | Balcão - R$ 42 e R$ 21 (meia)