Por: Cláudia Chaves | Especial para o Correio da Manhã

Curitiba ainda é a capital brasileira do teatro

A equipe do Festival de Curitiba, um dos maiores eventos mundiais de arte cênica; Leandro Knopfholz, um dos criadores do festival, e Maria Marighella, presidenta da Funarj | Foto: Divulgação

O espetáculo "Daqui Ninguém Sai" foi anunciado como a primeira atração confirmada para fazer a estreia nacional no Festival de Curitiba de 2025. Inspirada nos contos e nas cartas trocadas por Dalton Trevisan com outros escritores, a peça será dirigida pela premiada atriz e diretora paranaense Nena Inoue.

O anúncio foi feito nesta semana no Rio quando toda a equipe do festival paranaense desembarcou na cidade para uma festa que marcou uma nova fase do evento, que celebra 33 edições em 2025 e já pode ser considerado um dos mais longevos e tradicionais do país. Um coquetel no Teatro Rival selou o patrocínio da Petrobras para o Festival e também lançou algumas novidades para o próximo ano, como a plataforma Fringe, que reunirá notícias sobre cultura, resenhas, críticas e entrevistas.

O novo portal, que tem o jornalista Sandro Moser como editor, já está em fase de testes e pretende repercutir e incentivar a cena artística brasileira durante todo o ano, com a curadoria da equipe de produção do Festival. A ideia é que toda a programação, o conteúdo e o acervo do Festival possam reverberar ao longo do ano por lá também, através de análises, entrevistas, resenhas e registros audiovisuais.

A noite contou com a presença maciça da classe teatral, entre produtores, artistas, curadores e parceiros em geral. Entre os nomes, estava Maria Marighella (presidenta da Funarte) e artistas como Bruce Gomlevsky, Camila Pitanga, Guilherme Weber, Igor Fortunato, Maureen Miranda e Yohama Eshima.

A ocasião contou ainda com a noite de autógrafos do livro "Festival de Teatro de Curitiba", da fotógrafa Lenise Pinheiro, que documentou todas as edições do evento.

Dirigido por Fabíula Passini e Leandro Knopfholz, o Festival de Curitiba é um dos três maiores eventos de artes cênicas do mundo. Somente na última edição, o festival levou 200 mil pessoas aos teatros e espaços públicos da cidade. Durante duas semanas, a capital paranaense recebe mais de 200 espetáculos e intervenções artísticas, além das cerca de duas mil pessoas que chegam para se apresentar na cidade todos os anos. A edição de 2025 já tem data para começar: 24 de março.

A primeira edição do festival, em 1992, já contava com a apresentação de peças nacionais e internacionais. Estreias, reencenações, espetáculos locais para mostrar a força do teatro de Cidade, concretizaram o projeto de Leandro Knoplholz e Carlos Eduardo Bittencourt, na época com 18 e 22 anos, e organizado com a ajuda de Cássio Chamecki e Victor Aronis que, até hoje é o creme do creme da dramaturgia.

Em 1998, acontece uma novidade: o lançamento do Fringe no Festival de Curitiba. A origem do termo remonta a 1947, no importante Festival de Edimburgo quando companhias de teatro, que não estavam na programação do Festival, resolveram criar um evento paralelo ao principal Festival de Edimburgo. Este espaço aberto, democrático e sem curadoria recebe companhias artísticas do Brasil e do mundo, que vêm ao evento em busca de visibilidade, audiência e crítica da imprensa especializada.