CRÍTICA TEATRO - ALASKA: Almas congeladas

Por Cláudia Chaves | Especial para o Correio da Manhã

Alaska

 

Cindy Lou Johnson é uma dramaturga americana mais conhecida por seu drama psicológico "Brilliant Traces". Ela também escreveu "The Years", "The Person I Once Was" e "Blesse", além de vários dramas de televisão no início dos anos 1990. Suas peças foram produzidas na The Eugene O'Neill National Playwrights Conference, Actors Theatre of Louisville e The Circle Repertory Company.

Existem autores americanos que, ainda premiados, não são encenados no Brasil. A atriz Louise Tani encontra uma dessas jóias: o premiado drama psicológico "Brilliant Traces". A partir daí, Louise encontra Rodrigo Pandolfo para co-atuar e também dirigir. Nesse processo, constroem "Alaska", também um joia de espetáculo.

A direção de Rodrigo é de tal forma inovadora, criativa que alcança como resultado um perfeito equilíbrio entre todos os elementos da produção - iluminação, cenografia, figurino , som, interpretação.

A história é simples: Rosannah, uma mulher perdida na neve, vestida de noiva, descalça encontra abrigo na casa de Henry, um solitário. A introdução da presença de dois bailarinos, Alexandre Maïa e Tayson Pio, que se movimentam pelo espaço, movem os elementos de cenário assim como os corpos dos atores.

O ponto alto é que o encontro dessas duas pessoas, tão diferentes em tudo: profissões, desejos, escolhas, mas que na atuação de Rodrigo e Louise se transformam em perfeitas metáforas que se encontram na solidão, no apartamento do mundo real, a restrição daquelas paredes, no meio de suas trajetórias fazem de "Alaska" um espetáculo único e emocionante.

SERVIÇO

ALASKA

Teatro Poeira (Rua São João Batista, 104 - Botafogo)

Até 15/12, de quinta a sábado (20h) e domingos (19h)

Ingressos: R$ 80 e R$ 40 (meia)