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Para se rir do trágico

Em sua nova montagem, os atores do Instituto Cultural Cerne exploram elementos de comicidade em textos de autores das tragédias gregas | Foto: Stephany Lopez/Divulgação

Em se tratando de teatro, nada mais terrível do que uma tragédia grega, certo? Nem tanto. "Maldita", comédia subversiva idealizada e encenada por artistas da Baixada Fluminense, explora a comicidade a partir de três dramaturgias clássicas: "Édipo Rei" e "Antígona", de Sófocles; e "Sete Contra Tebas", de Ésquilo. Usando como inspiração grupos como Os Melhores do Mundo, Tá na Rua, Teatro Oficina e Monty Python, a montagem explora linguagens cdo melodrama e da paródia, reconstruindo as três tragédias de forma humorada, criando relações com discussões atuais e memes da internet.

"No contexto do espetáculo, um grupo de rebeldes resolve contar a história das tragédias a partir da própria perspectiva, tratando com ironia a relação entre o humano e o sagrado, escavando as tramas dos clássicos para provocar, inicialmente, reações acríticas do público, sob a premissa de rir da própria desgraça, e então desvelar os problemas desta intenção.", explica Rohan Baruck, dramaturgo e diretor do espetáculo.

"Maldita" é uma realização do Instituto Cerne, de São João de Meriti, através da Escola Popular de Teatro da Baixada, e foi resultado das oficinas de Montagem Teatral e Direção de Arte. Com dramaturgia e direção de Rohan Baruck, o projeto leva ao palco 22 atores e atrizes de uma nova geração de artistas, que tocam instrumentos, dançam e cantam para fazer rir, além de também celebrar a força da economia criativa, a coletividade e seus parceiros.

SERVIÇO

MALDITA

Teatro Municipal Café Pequeno (Av. Ataulfo de Paiva, 269 - Leblon)

Até 2/2, às sextas e sábados (20h) e domingos (19h) | Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia)