El Cid, cujo nome completo era Rodrigo Díaz de Vivar, foi um famoso cavaleiro castelhano do século XI. Nascido por volta de 1043 em Vivar, perto de Burgos, faleceu em 1099 em Valência. O apelido "El Cid" deriva do árabe "Al-Sayyid", que significa "O Senhor", enquanto "Campeador" significa "Campeão" ou "Guerreiro Vitorioso". Pois o Brasil tem não um, mas dois "El Cid" modernos: os dois Rodrigos, Portella e Pandolfo, senhores absolutos das artes cênicas, que constroem espetáculos memoráveis, com inteligência e talento na realização.
"Ray - Você Não me Conhece", de Portella, e "Alaska", de Pandolfo, transformaram o fim de semana do Festival de Curitiba de 2025 numa celebração vibrante das artes cênicas, reunindo uma diversidade de espetáculos e atividades que refletem a riqueza cultural do Brasil e de outros países.
O musical "Ray - Você Não Me Conhece" retrata a trajetória de Ray Charles, desde seus primeiros passos na música até sua consagração como um dos maiores ícones do cenário musical. No contexto brasileiro, a produção é emocionante e vibrante, celebrando a vida e a carreira de Ray Charles, um dos maiores ícones da música soul e rhythm and blues.
Criada por Rodrigo Portella e produzida por Felipe Heráclito Lima — uma espécie de Rei Midas dos espetáculos, pela impecabilidade de suas produções — a peça apresenta interpretações extraordinárias e uma energia contagiante, transportando o público para o universo apaixonante e desafiador de Ray.
Com um elenco talentoso e carismático, destaque para Flávio Bauraqui, os atores entregam performances impecáveis que capturam a alma e o espírito inovador do artista. A direção criativa proporciona um espetáculo visual deslumbrante, com coreografias eletrizantes e uma cenografia que recria com precisão a atmosfera da época. A produção musical é de altíssimo nível, com arranjos autênticos e interpretações vocais arrebatadoras, fazendo jus ao legado inesquecível de Ray Charles.
O espetáculo mergulha nas lutas pessoais e artísticas de Ray, abordando temas como superação, preconceito e resiliência, enquanto homenageia sua genialidade e paixão pela música. O público sai profundamente emocionado e inspirado, carregando consigo a memória de um espetáculo grandioso e inesquecível.
Ator extremamente talentoso e carismático, Rodrigo Pandolfo destaca-se por sua versatilidade e entrega emocional em cena. No musical "Alaska", ele brilha não apenas na atuação intensa, mas também na sua estreia como diretor, conduzindo o público por uma jornada emocional profunda e complexa.
A peça, uma adaptação da obra "Brilliant Traces" de Cindy Lou Johnson, estreou no Teatro Poeira, em outubro de 2024. A história é marcada por um encontro inesperado entre dois personagens isolados numa cabana no Alasca, trazendo à tona questões de dor, perda e redenção.
Pandolfo se sobressai tanto na interpretação quanto na direção, oferecendo ao público uma experiência sensorial poderosa e autêntica. A química entre os atores e a atmosfera intimista tornam a peça inesquecível.
Ambos os espetáculos tiveram lotação esgotada e filas à porta, com o público aguardando alguma desistência. As apresentações arrancaram minutos de aplausos de pé, encantando plateias que se deixaram envolver pela força das histórias e pela excelência artística.
Assim, o Festival de Curitiba reafirma seu papel como o maior evento na área das artes cênicas, trazendo uma programação de primeira linha e extraordinariamente diversificada.