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Um novo olhar sobre o audiovisual

A diretora Rosa Melo e equipe durante a gravação da série Brasil Visual | Foto: Divulgação

Como os acontecimentos ocorridos nos últimos anos impactaram as artes visuais brasileiras? Este é o recorte da série "Brasil Visual", dirigida por Rosa Melo, que estreia nesta terça-feira (25), às 20h30, no canal Curta! Partindo das artes visuais, a série aborda temas que impactaram toda a sociedade, como a pandemia de COVID-19, as manifestações que tomaram o país, a inteligência artificial, passando por temas como espiritualidade, a dualidade do mundo dos vivos e dos mortos, entre outros.

"Esse projeto fala sobre a vida através da arte, mostrando um pouco como a produção artística foi atravessada por questões tão importantes do nosso cotidiano", afirma Rosa Melo, diretora-geral da série, que tem codireção de Lia Letícia e realização de Rosa Melo Produções Artísticas e AC Produções, BRDE, Ancine, FSA e Secretaria de cultura e economia criativa do Rio de Janeiro através da Lei Paulo Gustavo.

Com treze episódios, com duração de 26 minutos cada, "Brasil Visual" traz entrevistas com artistas, pesquisadores, povos indígenas, povos de terreiro, entre outros. Dentre os 36 entrevistados, estão artistas contemporâneos e especialistas de todas as regiões do país, incluindo nomes de destaque, como os artistas Cildo Meireles e Rosana Paulino, o curador e artista indígena Denilson Baniwa, a liderança do MSTC, educadora e urbanista Carmen Silva, a curadora, ativista indígena Guarani Sandra Benite, os artistas Lourival Cuquinha, Paulo Paes, Rose Afefé e Novíssimo Edgar, o neurocientista Sidarta Ribeiro, o pedagogo Luiz Rufino, a curadora, pesquisadora e crítica de cinema Kênia Freitas, a autora, educadora e diretora da Redes da Maré Eliana Sousa Silva, o sacerdote, artista e pesquisador de simbologias e mitologias afro-brasileiras Bruno Balthazar, o Alápini, (sacerdote do culto dos Egunguns) Balbino Daniel de Paula, entre outros.

A série conta com trilha original do coletivo Chelpa Ferro nas vinhetas de abertura, passagem e encerramento e participação especial do artista Cabelo, como entrevistador-participante, que vivencia conversas com lideranças sem-teto, ritualizadores da ancestralidade e artistas de universos múltiplos. No mesmo fluxo coletivo que o programa incorpora para seus novos conteúdos, o performer entrevistador abre caminho para a polifonia de vozes que reivindicam seus lugares no tempo histórico em que a série é produzida. Vozes mortas, vozes vivas, humanas, minerais, eletromagnéticas, insubmissas.

"Brasil Visual" será dividida em três eixos temáticos: "Do Invisível, Insubordinações e Distópicos do Presente". Cada episódio será marcado pela abordagem de um tema e o comparecimento de uma coletividade que mantém esse tema vivo, seja nas vozes ancestrais que permeiam as obras em "Do Invisível", nos corpos em luta que constituem o campo de florescimento das criações em Insubordinações ou na arte de desfuncionalizar os comandos da tecnologia contemporânea em "Distópicos do Presente".

Nessa novíssima temporada, as produções artísticas brasileiras são montadas em relação intensiva com o ambiente que cruzam. As obras não ilustram um saber, mas nascem e participam da criação de saberes. Bem como o horizonte da coletividade apresenta-se enquanto um manancial de ideias para o conteúdo do programa, também o modo de produção dos episódios buscou ressoar esse alinhamento plural. Rosa Melo conduziu a direção-geral da temporada para um arranjo de possibilidades de intervenções multidimensionais.