Por: Affonso Nunes

Os afetos de Caymmi

Dorival Caymmi nos anos 1950: o artista baiano revolucionou a música brasileira | Foto: Acervo de família

O longa-metragem "Dorival Caymmi - Um Homem de Afetos" será exibido nesta segunda-feira (26), às 20h, no canal Brasil. Dirigido, escrito e produzido pela cineasta e jornalista Daniela Broitman, o documentário conta a história do cantor e compositor por meio de entrevistas com outros nomes do gênero como Caetano Veloso e Gilberto Gil, e de uma conversa inédita com Dorival sobre suas confidências, memórias e inspirações.

Inédito na TV, o filme estreou no circuito exibidor em abril. O documentário recebeu os prêmios de Melhor Filme do Júri Popular e Prêmio Especial do Júri no In-Edit Festival Internacional do Documentário Musical, na edição do Brasil, em 2019; e o Crystal Lens Award no Inffinito Brazilian Film Festival, nos Estados Unidos, em 2021. O filme é uma coprodução do Canal Brasil com a Spcine.

O roteiro do filme tem como ponto de partida uma entrevista inédita realizada com Dorival, aos seus 84 anos, que aborda desde histórias de amor a suas raízes no candomblé.

A música é um elemento essencial na construção do documentário, que mostra um Caymmi descontraído e divertindo-se ao improvisar performances de "Quem Vem pra Beira do Mar", "O Vento", "Sábado em Copacabana", "A Vizinha do Lado", "Marina", entre outras.

Também participam do documentário os filhos do cantor Dori, Nana e Danilo Caymmi; o neto Gabriel Caymmi; sua ex-nora Ana Terra; e amigos de profissão e de vida, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, o produtor e amigo Guto Burgos e a ex-cozinheira Cristiane de Oliveira.

Ao longo do processo de produção do filme, que durou quase cinco anos, a diretora mergulhou na pesquisa da vida e obra a fim de conhecer as múltiplas facetas de Dorival, músico, pai, ator, marido, pintor, amigo. Também era importante para ela encontrar imagens e registros inéditos. "Dorival Caymmi era um ser muito iluminado, e mesmo sendo introspectivo e caseiro, tinha muitos amigos, era querido pelo público, pelos artistas e pela imprensa da época", diz Daniela.