por Guilherme Cosenza
Estamos diante de um marco histórico para a economia brasileira e chinesa. Pela primeira vez uma operação de comércio entre os dois países foi feita em circuito fechado com as moedas locais. Dessa forma, as transações foram financiadas e liquidadas em yuan e convertidas diretamente para real. A notícia foi dada pelo Banco da China Brasil SA, subsidiária do quarto maior banco estatal chinês. O produto comercializado foi uma exportação de celulose da empresa Eldorado Brasil, com sede em São Paulo ela possui representação em Xangai, na China. O produto foi enviado em agosto do porto de Santos para o de Qingdao. As transações financeiras ocorreram no mês seguinte, até a finalização em moeda brasileira, no dia 28 de setembro. A operação repercutiu positivamente ao longo dos dias e tem sido apontada como "marco na história do comércio sino-brasileiro, que fornecerá os caminhos para mais empresas".
A medida abre portas e seu resultado extremamente positivo se transforma em uma opção para outros países emergentes que podem dessa maneira fugir das altas do dólar e assim fazer negócios em comum acordo com suas moedas. Outro país com amplo interesse na nova medida é a Índia que poderá em breve fazer negócios com o Brasil ou a China trabalhando com suas moedas locais. Vale ressaltar que essa é uma luta antiga do governo brasileiro como medida real para driblar as dificuldades de trabalhar com o dólar cada vez mais valorizado batendo de encontro com a desvalorização do real frente a moeda americana.
Para o mercado chinês a medida pode ser ainda mais positiva uma vez que na atualidade a China vem exportando o seu aço para terras brasileiras, se a maneira de negociação tornar-se de fato algo comum entre os dois países, a China poderá intensificar a negociação com o país e aumentar ainda mais sua entrada.
