BC deve manter cortes de juros de 0,5

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Apesar de cenário internacional, BC deve manter cortes

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou ver um cenário internacional mais desafiador, citando os novos impactos provocados pelo conflito entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas. Para Galípolo, contudo, a piora no ambiente externo é compensada por uma conjuntura doméstica mais favorável. Segundo ele, o BC deve manter o ritmo de cortes de 0,5 ponto percentual da taxa Selic nas próximas reuniões. Mais tarde, ponderou que a decisão será tomada com base nos dados.

"Mesmo com um cenário internacional mais desafiador, a gente entende que o passo de cortes de 0,5 ponto na taxa de juros brasileira permite simultaneamente ajustar o nível de contração política monetária se encontra e ir observando esses fenômenos domésticos e internacionais para a gente ter tempo de depurar e entender o que está acontecendo na economia", afirmou.

Galípolo participou, por videoconferência, de uma reunião do Conselho Empresarial de Economia da Firjan. "A gente tem um cenário agora mais desafiador do ponto de vista internacional nesse segundo semestre, com desafios novos que vão surgindo, inclusive como conflitos que surgiram ao longo desse final de semana e com uma série de impactos para questões de preços internacionais", disse.

Os preços do petróleo subiram 4% nesta segunda, enquanto a Bolsa brasileira abriu em queda, com o conflito entre Hamas e Israel no Oriente Médio aumentando a aversão ao risco em todo o mundo. O ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda destacou o debate em torno de um eventual envolvimento do Irã no conflito no Oriente Médio e como isso pode afetar os preços do petróleo.

Ele ressaltou que, nas últimas semanas, o BC tem olhado com mais atenção para a elevação do preço do petróleo e para a depreciação cambial como fatores de risco de novas pressões inflacionárias.

Às 11h37, o Ibovespa caía 0,35%, aos 113.769 pontos, enquanto o dólar subia 0,02%, cotado a R$ 5,162. Na última sexta (6), o dólar chegou a R$ 5,22 após a divulgação de dados fortes de emprego nos Estados Unidos.