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Itaú consegue fechar acordo para poder sair da Argentina

Itaú embarca na iniciativa do Desenrola e negocia | Foto: Divulgação

Por Guilherme Cosenza

Finalmente chegou ao fim o processo de saída do Banco Itaú Unibanco de terras argentinas. Após anunciar a saída do país, devido ao baixo lucro conseguido e a crise que os país vive, o grupo conseguiu a autorização do Banco Central da República Argentina para o fechamento de suas operações. Assim, todas as ações detidas pelo Banco Itaú Argentina passaram para o Banco Macro, como já havia sido noticiado aqui pelo CORREIO DA MANHÃ.

Para a mudança de poder, a Macro desembolsou uma quantia aproximada de US$ 50 milhões. Porém, mesmo com o valor anunciado, o Itaú irá colocar em seu balanço no 3º trimestre, previsto para sair hoje (6) com o impacto negativo não recorrente, de R$ 1,212 bilhão.

O grupo financeiro, Goldman Sachs destacou que o Itaú pode sustentar seus sólidos níveis de rentabilidade com ROE de 21,0% no 3T23, com uma combinação de crescimento da receita, melhor eficiência e custo de risco relativamente estável. "Esperamos um crescimento sequencialmente melhor dos empréstimos (3% no trimestre) com possivelmente melhor crescimento empresarial e das PME [pequenas e médias empresas], embora ainda vejamos o banco melhor posicionado para capturar o crescimento no varejo de alta renda", avalia a empresa responsável pela avaliação.

Em cima dessa perspectiva a margem financeira deve ter melhora 3% no trimestre, enquanto as taxas de serviços podem subir 1% devido à atividade melhor do mercado de capitais. Porém, nesse cenário, a consultoria da XP projeta que o lucro líquido recorrente do Itaú chegue a R$ 9,1 bilhões no trimestre ( 12% na base anual e 4% na trimestral), resultando em um ROE de 21,9% (estável na base anual e avanço trimestral de 0,10 ponto percentual).

Dessa forma, mesmo com a negativa sobre o Itaú Argentina em sua venda, é possível esperar um lucro e rentabilidade bem acima de seus concorrentes no setor privados. As projeções incorporam um lucro líquido de R$ 8,9 bilhões ( 2,1% frente o 2T23 e 10,5% ante o 3T22), com um ROE consistente de 20,7%.

A saída estratégica do Itaú do cenário argentino é uma medida de proteção para a própria empresa bancária, uma vez que, o país vive uma crise econômica sem procedentes. Com isso, ao tomar pelas projeções que o banco tem podendo finalizar o ano com margem de lucro superior a concorrentes do calibre do Santander e Bradesco, é fácil observar que o Itaú deixa o país vizinho em bom momento, para evitar perdas irreparáveis.

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