por Guilherme Cosenza
Após três anos e meio, o martelo foi batido e a aprovação para a fusão entre a Disney e a Fox no Brasil chega ao fim com parecer positivo. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Advocacia Geral da União (AGU) aprovaram relatório que concluiu que a Disney cumpriu o acordo para aprovação da fusão com a Fox no Brasil, iniciada em 2020. Porém, para que tudo saísse da maneira correta, as ações da Disney em relação aos canais Fox foi monitorado pela empresa ING no que é chamado Acordo em Controle de Concentrações (ACC). O órgão de monitoramento é independente e foi designado pelo Cade com base em documentos sigilosos da Disney, que foi obrigada a dar acesso total a eles. O monitoramento foi feito até o último mês de julho.
No relatório, a ING afirma que a Disney manteve o antigo Fox Sports com eventos ao vivo relevantes com minutagem semelhante a ESPN no período em que o Cade obrigou o uso do canal principal esportivo da Fox na TV por assinatura, entre 2020 e 2022. A ING pontua que a Disney também mostrou todos os jogos da Libertadores da América no Fox Sports até 2021, como determinava os termos da fusão. Apenas em 2022 o principal torneio de clubes de futebol do continente foi para os canais ESPN.
A empresa de monitoramento analisou que os cortes de gastos e demissões de pessoal feitas pela Disney em 2020 se justificaram pelo prejuízo financeiro que o Fox Sports deu desde 2017 quando começou a crise dentro da empresa, segundo os balanços apresentados. O Cade e a AGU concordaram com os argumentos. Então, no último dia 31 de outubro, o plenário do Cade aprovou o relatório e arquivou todo o processo de fusão definitivamente, concluindo os trâmites legais.
Vale ressaltar que a Disney já havia anunciado que seus planos eram de usar a marca Fox Sports na TV e nas redes sociais só até o fim de 2023. Dessa maneira, para o ano de 2024, a multinacional devolve a marca para os seus antigos donos. O que poderá render uma nova aquisição de investimentos para a futura extinta Fox, caso alguma empresa esteja interessada a se vincular a Fox e trazê-la de volta no Brasil, caso contrário, a partir do ano que vem, a Fox deixa de existir por completo no Brasil.
