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Negócios do setor náutico incluem 'Airbnb de barco'

Embora em crescimento, especialistas veem uma futura crise do setor em pouco tempo | Foto: Divulgação

Ainda ancorados no crescimento registrado durante a pandemia, representantes do setor náutico veem os negócios se diversificarem. Novas empresas que surgiram nos últimos anos prestam serviços como compartilhamento e aluguel de embarcações. O movimento reflete o aumento expressivo da procura por novos barcos, impulsionado pelo isolamento social. Apesar do otimismo generalizado, alguns representantes do segmento são cautelosos e consideram obstáculos para esse mercado no futuro.

A engenheira Jéssica Carvalhais pagou cerca de R$ 2.200 para navegar com um grupo de nove pessoas, no começo de setembro, por seis horas na costa do Rio de Janeiro em uma embarcação alugada no aplicativo Bombordo, lançado neste ano e apelidado pelos donos de "Airbnb de barcos". Assim como a plataforma de aluguel de imóveis, o aplicativo funciona como um intermediário entre o usuário e o proprietário. Segundo o sócio Rafael Tebet, a empresa --que já tinha um site antes do lançamento do aplicativo-- aproveita algumas fraquezas do setor, como a informalidade e a falta de segurança na locação, e os altos custos para manter o barco.

"O proprietário de barco, para conseguir manter uma embarcação, tem custo de marina, de marinheiro, de manutenção, que é muito alto. Estima-se que durante um ano o proprietário gaste entre 10% e 20% do valor do barco só nesses custos fixos.

Ele pode transformar seu patrimônio em investimento de maneira segura", afirma Tebet. Ele diz que a empresa já alugou pouco mais de 300 barcos. Apesar de ter Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília como principais pontos de divulgação, o aplicativo funciona para todo o Brasil. É possível alugar lanchas, iates e veleiros, entre outros. "Eu não quero pegar uma coisa que eu não sei, não vi, não tenho uma foto, que eu não sei se o cara vai estar lá", diz Carvalhais, cliente da empresa.

Para Eduardo Colunna, presidente da Acobar (Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e Implementos), novos negócios como o da Bombordo eram menos comuns antes da pandemia e passaram a acompanhar o ritmo de crescimento da produção de novos barcos.

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