Por:

Safra vai à justiça contra Americanas

Banco Safra desiste e adere pedido da Americanas | Foto: Divulgação

O banco Safra, um dos maiores credores da Americanas, com R$ 2,5 bilhões a receber, entrou com uma ação nesta segunda-feira (4) na Justiça do Rio para impedir que a varejista avance com o seu plano de reestruturação que envolve um acordo com os demais credores.

A Americanas está em recuperação judicial desde janeiro, com dívidas declaradas de R$ 42,5 bilhões, e tem as maiores instituições financeiras do país como principais credoras. No último dia 27, a empresa anunciou um acordo com Bradesco, BTG Pactual, Itaú e Santander, que detêm cerca de 35% da dívida da varejista.

Para que seu plano judicial seja aprovado em assembleia, ela precisa do apoio de credores que representem 50,01% da sua dívida. Na petição apresentada nesta segunda à 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, assinada pelos advogados do Safra -os escritórios Asseff & Zonenschein Advogados e Vasconcelos Hecker Advogados-, o banco diz querer evitar que a aprovação de plano de recuperação judicial coloque "uma 'pá de cal' nas fraudes confessadas nas demonstrações financeiras de uma companhia de capital aberto". Procurada, a Americanas não respondeu a reportagem até as 20h desta quarta. "O objetivo é claro: empreender de forma açodada, ao encerrar das luzes de 2023, uma verdadeira 'corrida' para a aprovação 'à fórceps' do PRJ dentro do presente exercício fiscal em busca de benefícios tributários exclusivos para as recuperandas e as instituições financeiras coniventes com a fraude", diz a petição, à qual a reportagem teve acesso.

A assembleia de credores da Americanas para aprovação do plano de recuperação judicial está marcada para 19 de dezembro, último dia útil do Judiciário em 2023. O plano inclui o aumento de capital da companhia via emissões de novas ações.

Serão R$ 12 bilhões para os acionistas controladores -Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles- e até R$ 12 bilhões para os bancos, totalizando uma injeção de R$ 24 bilhões na companhia. Os bancos converterão a maior parte da dívida em ações da varejista

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.