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China influência fronteira Paraguaia

A possibilidade de compras diretas com vendedores internacionais, especialmente chineses, e até mesmo o envio interno de produtos pelos Correios alteraram o perfil do público comprador do Paraguai. Em vez de um grande volume de sacoleiros viajando em centenas de ônibus rumo a Foz do Iguaçu (PR) e Ciudad del Este -cena tradicional nas últimas décadas- agora o movimento na região da fronteira do Brasil com o país vizinho é formado mais por turistas que gastam valores próximos à cota permitida (US$ 500, ou cerca de R$ 2.500) e por um tipo de comprador invisível: o contrabandista profissional, que integra quadrilhas internacionais que atuam na região da fronteira com o Paraguai.

Ciudad del Este, principalmente, mas também Salto del Guairá, cidade paraguaia vizinha de Guaíra (PR), seguem muito movimentadas por grandes quadrilhas de contrabandistas por causa dos preços atrativos para o comércio ilegal em larga escala.

O dólar na casa dos R$ 5, o risco de roubos dos produtos nas rodovias por "piratas do asfalto" e o aperto na fiscalização adotado por órgãos de repressão brasileiros têm assustado compradores convencionais e consolidado a modificação do perfil do consumidor da fronteira nos últimos anos.

A conta é simples: por mais que os preços sejam bons no país vizinho, dependendo o que for comprar fica mais barato para o consumidor encomendar a ter de ir buscar, gastar tempo e correr riscos. Números de ações de autoridades brasileiras ajudam a explicar a queda no movimento. No pátio da Receita Federal, por exemplo, havia cerca de 30 ônibus apreendidos à espera de serem abertos para conferência quando a Folha esteve no local -número que no passado chegou a ser o dobro.

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