Após saída do Brasil, Ford tem segundo ano de lucros
Montadora deixou o país alegando estar no com prejuízo
por Guilherme Cosenza
Ter deixado o Brasil em 2021, ao contrário do que muitos disseram na época, parece ter sido a melhor jogada para a gigante fabricante de carros, Ford. A empresa fechou todas as suas fábricas no país que era responsável por 70% de suas vendas. Porém, o que para muitos seria o fim dos carros da marca no país por conta dos valores de importação, mostrou-se totalmente diferente e a empresa encerra o segundo ano de lucros dentro da América do Sul. Na realidade, atualmente a Ford traz para o continente apenas seus modelos premiuns, além de exportar os serviços de tecnologia.
A afirmação foi dada pelo presidente da Ford América do Sul, Daniel Justo. Mesmo sem pontuar valores da região, ele afirmou que o continente vem dando retorno positivo em mais um ano. Indo completamente na contramão da realidade quando a empresa encerrou suas fábricas no Brasil alegando que a Ford já vinha operando no prejuízo a diversos anos.
Após o fechamento que aconteceu a partir de janeiro de 2021, das fábricas de Camaçari (BA), Taubaté (SP) e da Troller em Horizonte (CE), as operações da unidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, já tinham sido encerradas dois anos antes, a Ford decidiu manter seu centro tecnológico na Bahia e seu laboratório e pista de testes em Tatuí (SP). Atualmente, 35% do desenvolvimento de sistemas tecnológicos usados em várias aplicações pelo grupo no mundo são de responsabilidade da filial brasileira. O centro tecnológico emprega 1,5 mil engenheiros, dos quais 85% trabalham em serviços que são exportados.
As exportações de serviços geram faturamento de R$ 500 milhões, segundo explanou o presidente. A estratégia da Ford em focar vendas apenas de modelos importados premium, com preços que variam de R$ 210 mil (Territory) a R$ 576,5 mil (Mustang Mach 1), também está dando certo. O grupo tem em seu portifólio cinco picapes, dois SUVs, o esportivo Mustang e três comerciais leves.