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Dívida global bate recorde em 2023

Notas de Dolar para arquivo | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Com níveis alarmantes no endividamento público nas principais economias do mundo, a dívida global fechará 2023 no maior patamar da história, em quase US$ 310 trilhões. O recorde foi puxado por governos que gastam mais do que arrecadam em impostos, como Estados Unidos, China, Japão, França e Brasil. Juntos, os governos em todo o mundo devem atualmente US$ 88,1 trilhões.

Em economias muito endividadas como a brasileira, isso significará custo crescente para os governos se financiarem e dificuldades adicionais para os bancos centrais baixarem juros --podendo levar a um ciclo de juros altos, baixo crescimento e mais endividamento. Nas dez maiores economias do mundo, a maioria viu saltar nas últimas duas décadas a dívida pública como proporção do PIB, principal medida de solvência dos países. Olhando adiante, não há perspectiva de interrupção dessa trajetória.

Ao contrário. Países como Estados Unidos, China e Japão devem continuar gastando mais do que arrecadam, persistindo no caminho de déficits primários elevados, sem arrecadação extra para conter a alta do endividamento ou baixá-lo. Esses déficits, mais a necessidade crescente de os países se endividarem, sobretudo os EUA, obrigarão governos a pagar juros mais altos para atrair compradores de seus títulos. Quanto mais os juros de referência nos EUA subirem, maior será a taxa de outros países para seduzir investidores a financiar suas próprias dívidas, o que eleva o endividamento.

No Brasil, a dívida pública federal somava R$ 6,2 trilhões em outubro. O custo médio (juros) nos últimos 12 meses para financiá-la aumentou de 10,6% ao ano, em setembro, para 10,9% em outubro, segundo o Tesouro Nacional.

Em um ano, o Brasil adicionou cerca de R$ 660 bilhões à dívida pública. O valor equivale a quase quatro vezes o Bolsa Família, que atende 21 milhões de famílias, com benefícios médios de R$ 690 ao mês.

Segundo o IIF (International Institute of Finance, que reúne 400 instituições financeiras em 60 países), os déficits orçamentários dos países ricos fecharão 2023 acima dos níveis pré-pandemia, quando houve gastos emergenciais.

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