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IA cria abismo entre ricos e pobres

Inteligência artificial dificulta previsões de economistas | Foto: Folhapress

Uma pesquisa com economistas-chefe de algumas das principais instituições financeiras globais elaborada pelo Fórum Econômico Mundial, que inicia nesta segunda (15) sua reunião anual em Davos, indica uma cisão entre países desenvolvidos e em desenvolvimento a respeito da inteligência artificial. Enquanto nos países ricos 94% dos economistas espera um ganho significativo de produção com a nova tecnologia, esse índice cai para 53% nas economias de baixa renda.

A edição de 2024 do relatório "Chief Economists Outlook", que compila as previsões desses especialistas para o ano, também chama a atenção para a deterioração da globalização em um cenário geopolítico cada vez mais fragmentado, para o aumento do protecionismo e para a falta de coordenação de estratégias globais.

Os economistas estão, até certo ponto, divididos em relação às perspectivas econômicas ao longo deste ano. Para 56%, deve haver piora, e 43% esperam melhora ou manutenção das condições atuais. A redução da pressão inflacionária e a amenização da crise energética contribuíram para a avaliação.

Em 2023, quando a pressão da inflação em diferentes cantos do planeta estava maior, eram 67% os que previam uma recessão global neste ano.

Há, no entanto, discrepâncias regionais. Os europeus permanecem profundamente pessimistas, com 77% esperando deterioração, em contraste com o sul e o sudeste asiáticos, onde a expectativa mais pessimista é compartilhada por apenas 7% e 15%, respectivamente.

As demais regiões variam entre 30% (América Latina) a 43% (Estados Unidos) de projeções de deterioração. Mas, após anos de desempenho preocupante, tanto o mercado de trabalho como o cenário financeiro devem melhorar nas economias avançadas, preveem cerca de 70% dos analistas.

Já a volatilidade geopolítica permanecerá, sem solução em vista para a Guerra da Ucrânia e a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. Na mesma toada, se consolida a tendência de os governos focarem a economia doméstica, com avanço do protecionismo.

A maior disrupção, para os economistas, deve vir mesmo da inteligência artificial generativa. Para 50% haverá algum grau de mudança decorrente, e 37% se dizem incertos.

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