Cai Índice de Confiança do Consumidor

Diversamente do 'sentimento' dos industriais, o Índice de Confiança do Consumidor registrou queda de 2,4 pontos, em janeiro corrente, para 90,8 pontos, após apresentar, em dezembro último, o maior patamar para o mês, desde 2013, apontou o Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), o que constitui o menor nível do indicador, desde maio de 2023, quando chegou a 89,5 pontos. Se considerado o critério de médias móveis trimestrais, o ICC recuou, pelo quarto mês consecutivo, em 0,6 ponto, descendo a 92,1 pontos.

Na avaliação da economista do Ibre/FGV, Anna Carolina Gouveia, "a confiança dos consumidores inicia 2024 em queda, dando continuidade à tendência de desaceleração iniciada em setembro do ano passado. O resultado é motivado pela piora das perspectivas sobre a situação atual e das expectativas para os próximos meses, assim como disseminada entre as faixas de renda, com exceção da confiança dos consumidores de renda mais alta que subiu no mês".

Em que pese o controle da inflação e a resiliência do mercado de trabalho, assinala a economista do instituto, a continuidade de juros e nível de endividamento elevados continua a exercer 'pressão' sobre a situação financeiras e a capacidade de consumo das famílias, resultando na manutenção do indicador em patamar, classificado por ela, de "pessimista-moderado".

O viés negativo no quesito 'confiança' esteve presente, este mês, tanto no que toca à avaliação sobre o momento atual, quanto nas expectativas em relação aos próximos meses. Já o Índice da Situação Atual (ISA) recuou pelo segundo mês seguido, com queda de 2,7 pontos, para 77,6 pontos, o que configura o menor nível, desde julho do ano passado (77 pontos). O Índice de Expectativas (IE), caiu 2,3 pontos, indo a 100,2 pontos.

O indicador que mais pesou na percepção dos consumidores ante à situação financeira das famílias foi o declínio da confiança no mês, que tombou 5,1 pontos (pelo segundo mês consecutivo), para 62,1 pontos.