Por Fernando Canzian (Folhapress)
A economia brasileira encerrou 2023 e começou 2024 muito devagar, quase parando, o que confirmaria, por ora, a expectativa de um crescimento neste ano que deve chegar apenas à metade daquele do ano passado cerca de 1,5%, ante 3% em 2023.
Institutos e consultorias estimam que foi negativa ou muito baixa a taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no último trimestre de 2023 em relação aos três meses anteriores. Para o primeiro trimestre de 2024, a expectativa é a mesma.
O Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) avalia que o crescimento do PIB no último trimestre de 2023 tenha ficado em zero; e projeta queda de 0,1% nos primeiros três meses de 2024, sempre em relação ao trimestre anterior.
A consultoria Tendências avalia ter havido queda de 0,4% no último trimestre e prevê alta de 0,5% no primeiro deste ano.
Para Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro Ibre-FGV, dois aspectos tornam o crescimento de 2024 difícil.
O primeiro é que o chamado carregamento estatístico (ou impulso) do PIB do fim de 2023 para 2024 será menor do que foi o de 2022 para 2023.
Naquela ocasião, este carregamento foi de 0,9%, o que significa que a economia teria crescido 0,9% em 2023 mesmo que a atividade parasse.
Outro ponto é que o chamado PIB exógeno que inclui externalidades ao ciclo normal da economia foi de 1,7% em 2023, puxado sobretudo pelo aumento de 16,2% do PIB agropecuário.