Por:

BC: economia no 1T24 pode surpreender

Campos Neto: "Estabilização menos dolorosa possível" | Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Por Marcello Sigwalt

Levando em conta dados preliminares, o desempenho da economia no primeiro trimestre em curso (1T24) poderá surpreender. A previsão animadora partiu do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em palestra promovida pelo banco BTG Pactual (PBAC11), ao comentar que o setor de serviços deve continuar a ser o 'carro-chefe' da atividade produtiva nacional, ao longo dos próximos meses.

"Olhando a perspectiva de crescimento do primeiro trimestre, está parecendo que vai surpreender para cima. Essa é a nossa primeira intuição no Banco Central. A gente vê serviços puxando bastante o crescimento", admitiu o 'xerife do real'.

A reboque do agronegócio, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) próximo de 3% no ano passado, igualmente surpreendeu analistas, que contavam com um avanço inferior a 1%. Para este ano, o Ministério da Fazenda prevê uma alta de 2,2% no indicador, para uma estimativa de 1,6% do mercado.

Ao comentar a convergência do IPCA no ano passado (em torno de 4,62%), abaixo do teto da meta anual de inflação (4,75%) - interrompendo um ciclo de dois anos seguidos de 'estouro' das respectivas metas - Campos Neto avaliou que 'os últimos números mostraram um índice geral "um pouco melhor" e um núcleo "marginalmente pior", embora tenha admitido que a trajetória dos preços estaria se inserido "dentro do que a gente tinha programado. Em termos de expectativas de inflação, a gente vê um marco que foi a confirmação da meta. A gente sempre dizia que era muito difícil ter uma visibilidade do que fazer em política monetária sem ter certeza de qual era a meta", completou.

Ante o cenário de estabilidade dos preços, Campos Neto foi mais longe, ao considerar que o BC 'trabalha' com o objetivo de encerrar o ciclo de corte de juros "com a Selic no menor nível possível", com a ressalva: "Desde que a redução dos juros vá até um ponto que não comprometa a meta maior do BC de estabilizar a inflação, de modo a permitir que a estabilização de preços seja menos dolorosa possível à sociedade".

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.