Por Marcello Sigwalt
Estabilidade para a inflação, acompanhada de uma sinalização de 'marcha lenta' na economia. Esse cenário sintetiza as projeções, pelo menos, no momento, dos principais indicadores econômicos, constantes do boletim Focus - consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras nacionais - divulgada, novamente, de forma excepcional, nesta terça-feira (6), por conta da operação-padrão promovida por servidores da autarquia, como forma de pressão por melhores condições de remuneração.
Em vista disso, a projeção para o IPCA (Índice Nacional de Preços Ampliado), indicador oficial de inflação, para este ano, se manteve nos mesmos 3,81% anteriores (continuou em 3,5% para 2025, 2026 e 2027), assim como no caso do PIB, estacionário em 1,60% (mantido em 2% para 2025, 2026 e 2027).
Na mesma 'toada imexível', não houve alteração das estimativas anteriores, no que toca à taxa básica de juros (Selic), projetada em 9% ao ano para 2024; 8,5% ao ano para 2025, mesmo percentual para o ano seguinte e para 2027.
No plano cambial, a previsão do Focus é que o dólar chegue ao final deste ano cotado a R$ 4,92 e em R$ 5 no ano seguinte. Para 2026, porém, houve ligeiro recuo, de R$ 5,05 para R$ 5,04, enquanto o prognóstico para 2027 continuou em R$ 5,10.
No quesito contas públicas, o mercado financeiro continua, como há sete semanas, trabalhando com uma previsão de déficit primário de -0.80% do PIB para este ano, que baixa para -0.60% do PIB para 2025; permaneceu em -0,50% do PIB para 2026, mas agravou-se, de -0,28% do PIB para -0,30% do PIB, em relação a 2027.
Reforçando a tendência 'estacionária', a previsão da dívida pública do setor público se manteve nos mesmos 63,60% do PIB anteriores para este ano; em 66% do PIB, para 2025; cresceu de 68,40% para 68,65% do PIB para 2026, e avançou de 69,81% do PIB para 69,95% do PIB para 2027.