Outro indicador da gestão 'desajustada' do erário, após apresentar dois anos de queda, a dívida do setor público consolidado cresceu 2,7 pontos percentuais (2,7 p.p.) em 2023, atingindo a 'incrível' marca de R$ 8,07 trilhões ou 74,3% do Produto Interno Bruto (PIB), deixando muito atrás aquela registrada em 2022, de 71,7% do PIB ou R$ 7,22 trilhões.
Os dados foram divulgados, nesta quarta-feira (7) pelo Banco Central (BC), ao comentar que o resultado representa o primeiro aumento da dívida brasileira, desde o período da pandemia, em 2020, quando ocorreu um aumento extraordinário de despesas.
O aprofundamento da dívida tupiniquim também reforça a tendência negativa do 'trato da coisa pública', a exemplo da expansão colossal do déficit primário que, no ano passado, saltou para R$ 249 bilhões ou 2,29% do PIB, considerado o terceiro pior da história. Tal expansão, entre outros fatores, decorre também da rubrica despesas com juros, que somaram R$ 718 bilhões no ano passado (6,6% do PIB), bem acima dos R$ 586 bilhões (5,82% do PIB), registrados em 2022.
Sempre é bom lembrar que o noticiário econômico de 2023 foi consumido pela promoção palaciana em torno do chamado arcabouço fiscal (em substituição à regra de teto de gastos, pilar anterior de responsabilidade fiscal), que tinha por objetivo 'equilibrar as contas públicas' e evitar o aumento expressivo da dívida pública, o que acabou ocorrendo. Analistas do mercado financeiro projetam que a dívida pública brasileira deverá chegar em 2032 a 89% do PIB. Em contraste a tal previsão, a estimativa do Tesouro Nacional é de que a dívida federal se 'estabilizará' em 80% do PIB até 2026, coincidência ou não, nos estertores do mandato do atual ocupante do Planalto (M.S.).