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Novo plano de recuperação da Light prima pela consistência

Consumidor vai poder escolher fornecedora e tempo de contrato | Foto: Divulgação

Por Marcelo Sigwalt

Consistente e abrangente. Assim pode ser definido o novo plano de recuperação judicial apresentado pela Light aos seus credores, na última sexta-feira (23), pelo qual será possível reestruturar a dívida da companhia de energia, avaliada em R$ 11 bilhões e, ao mesmo tempo, permitir novo fôlego financeiro para futuros investimentos.

De acordo com a nova proposta, credores com valor até R$ 30 mil (60% do contingente credor, de 28 mil) poderão receber o pagamento integral desse valor, em até 90 dias.

Segundo uma fonte próxima às negociações, o novo plano seria uma alternativa, tanto no sentido de 'harmonizar' a quitação de dívidas, em especial, junto aos pequenos investidores, como também visa garantir a 'sustentabilidade econômico-financeira' que permita a renovação da concessão e o cumprimento dos respectivos compromissos.

Informações de mercado dão conta de que a proposta, ainda à mesa de negociação, incluiria o aporte de até R$ 1,5 bilhão, dos quais grandes acionistas como Nelson Tanure, Beto Sicupira e Ronaldo Cezar Coelho) responderiam pela 'injeção' de R$ 1 bilhão.

Dessa forma, seria negociado um preço de conversão, com base na média de 60 dias das cotações do período anterior à apresentação do plano, com 'warrant' de duas ações para cada uma.

Também em estudo, estaria a conversão de até 40% dos créditos em ações da companhia, por meio de debêntures conversíveis. com limite em R$ 2,2 bilhões. Os demais créditos seriam remunerados pela variação do IPCA mais 4% ao ano e amortização em oito anos.

Já o 'credor apoiador não conversor', que não receberia ações da companhia, mas faria jus a 100% dos créditos remunerados pelo IPCA mais 2% ao ano, com amortização em 12 anos. Detalhe: as ações da concessionária de energia não sofreriam qualquer deságio.

Tão importante quanto a eficácia da estratégia de recuperação da companhia, é garantir a efetiva continuidade de prestação desse serviço essencial a 12 milhões de pessoas no Estado do Rio de Janeiro, por meio de uma proposta 'realista e exequível', baseada na realidade da empresa.

Em meio à uma proposição que contempla, de forma vantajosa, parcela majoritária dos credores, cresce a expectativa em torno da realização, no próximo dia 6 de março, da Assembleia Geral de Credores, quando finalmente serão delineados os rumos da companhia.

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