Bolsa 'brasilis' assiste debandada 'gringa'

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"Strangers, go home". Calma, não é nenhuma 'palavra de ordem' xenófoba dos anos 60, mas a realidade da fuga acelerada do investidor estrangeiro da bolsa brasileira (B3SA3), da qual resgataram quase R$ 11 bilhões, desde o início do ano.

Para se ter ideia do impacto da debandada 'gringa', somente na última quarta-feira (7) deixaram o país R$ 1,14 bilhão em recursos do mercado secundário (ações já listadas) - déficit de R$ 2,95 bilhões no mês e de R$ 10,85 bilhões no ano - dia em que o Ibovespa recuou 0,36%.

Em paralelo, o investidor institucional ingressou com R$ 565,8 milhões no mercado nacional, igualmente na quarta-feira, o que elevou para R$ 1,15 bilhão o superávit mensal e a R$ 585 milhões, a conta anual.

Já o investidor individual aportou R$ 491,7 milhões no dia 7, elevando o superávit do mês para R$ 1,12 bilhão, e o superávit em 2024 para R$ 5,16 bilhões.

Ao contrário do ano passado, quando 'turbinaram' o Ibovespa, os não residentes passaram a realizar saques líquidos, desde que o calendário virou para 2024, em compasso com uma postura mais 'cautelosa' por parte do Federal Reserve (Fed, o bc ianque) com relação aos juros dos EUA. Tal impressão decorre do fato de a instituição estadunidense ter emitido sinais de estar mais disposta a fazer um corte de juros em maio ou junho, e não mais em março próximo, como se esperava.

Caso essa tendência se confirme, os juros ianques em patamar elevado deverão continuar tornando mais atrativa a renda fixa daquele país para o investidor global, em detrimento dos mercados emergentes, como o brasileiro. (M.S.)