Serviços às famílias devem ser o carro-chefe da economia em 2024
Mercado de trabalho 'aquecido' e queda da inflação são fatores positivos
Por Marcello Sigwalt
Em avanço consistente nos últimos meses, os serviços prestados às famílias - que avançaram 3,5% em dezembro último, no comparativo mensal - devem continuar a figurar como os grandes 'protagonistas' da expansão da economia, apontam economistas a respeito dos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgados, na última sexta-feira (9), pelo IBGE.
Segundo a PMS, o setor de serviços encerrou o ano passado em alta de 2,3% em dezembro, se considerados os últimos 12 meses, o que representa um 'freio' ante novembro, pelo mesmo comparativo, que havia sido de 3,1%.
A avaliação dos especialistas é de que a maior demanda de serviços às famílias decorre do 'aquecimento' do mercado de trabalho, do declínio gradual da inflação e de transferências fiscais mais elevadas, o que resultou em maior renda disponível para esse segmento.
Embora tenha apresentado 'sinais heterogêneos' entre as diversas categorias, o setor de serviços, como um todo, deve crescer 2% este ano, conforme análise da XP, após avançar 2,3% em 2023.
No que se refere ao rendimento disponível real das famílias, a projeção do mercado é de que este aumente 4,2% em 2924, após ter crescido 6,5% no ano anterior.
Em contraponto, os serviços de transporte subiram 1,3% em dezembro último, ante novembro, mas registra retração de 5,5% de agosto a novembro.
O Itaú também destaca a oscilação descrita pelos serviços profissionais, administrativos, cuja queda foi precedida por duas altas firmes consecutivas.
No entendimento do estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, o crescimento de 2,3% no setor de serviços em 2023 mostrou uma continuidade da expansão iniciada em 2022.
"Esse resultado reflete o impacto da pandemia na composição do consumo das famílias, que em 2020 e 2021 priorizaram os bens de varejo e e-commerce, devido às restrições de mobilidade, e em 2022 e 2023 voltaram a demandar mais serviços, com a flexibilização das medidas sanitárias", assinalou Cruz.