Estados do Cosud cobram revisão de 'juros assassinos'

Expressão 'pesada' de governadores visa abrir renegociação de dívidas

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Mandatários estaduais buscam saídas para viabilizar desenvolvimento

Por Marcello Sigwalt

Recorrendo a um termo mais próprio da esfera criminal, governadores integrantes do Cosud (Consórcio de Integração dos estados do Sul e Sudeste do Brasil) decidiram 'subir o tom', classificando como 'juros assassinos' aqueles incidentes sobre suas respectivas dívidas com a União.

Em discurso já 'azeitado' pela perspectiva eleitoral municipal, no final do ano, os chefes dos executivos regionais anunciaram, no último sábado (2) - ao cabo do encontro do Cosud, realizado em Porto Alegre (RS) - que pretendem pleitear, novamente, junto ao governo federal, a renegociação de seus débitos e o alívio das contas estaduais.

Ao fazerem 'coro' ao que denominou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) como 'garrote' da dívida, os governadores pretendem 'unir forças' no sentido de convencer o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da necessidade de adoção de medidas que impliquem compensação das perdas estaduais, assim como a indexação dos juros ao estoque da dívida, em valor fixo de 3%.

Rentável apenas para 'fundos abutre'

Na avaliação de Castro, "se fizer o somatório do pagamento pelos estados, e se fizer comparações com a dívida, só 'fundos abutre' no mundo inteiro tiveram essa rentabilidade", acrescentando que "ou temos medidas efetivas, ou mês a mês continuamos sangrando com parcelas".

Fazendo uso da terminologia médica para explicar a precariedade fiscal dos estados, Castro acentuou: "Quando uma pessoa tem câncer e faz quimioterapia, a quimioterapia a salva do câncer, mas faz a pessoa passar muito mal. O RRF [Regime de Recuperação Fiscal] é uma quimioterapia", fulminou o governador fluminense,