Penalização afeta quem mais contribui

Por

De acordo com o governador do Rio, Cláudio Castro, 80% da arrecadação federal é feita nos mesmos estados que devem 93% da dívida à União. "Nós ajudaremos muito mais o país se tivermos condições de investimento", diz. "[O RRF] está nos fazendo morrer", criticou.

Metafórico, o governo mineiro sentenciou: "Nós temos enxugado gelo", ao comentar que, "em média, a dívida cresce 10% ao ano, e a arrecadação do estado segue a economia, com um crescimento de 2% ao ano em média. Não podemos resolver daqui a dois anos, temos que resolver agora".

Já o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) argumenta que a 'retomada' da capacidade de investimento no Sul e Sudeste ajuda o Brasil. "Se a gente está 'comprimido' e não consegue crescer, é porque está faltando investimento. E a gente precisa dessa válvula, de respiro. Olhar a questão da dívida é bom para todo mundo, é bom para o governo central", advogou.

Por sua vez, o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) ressaltou que a provável reunião entre os mandatários com Haddad é uma continuidade de negociações anteriores. "Ano passado, fizemos reuniões com o ministro Haddad, que demonstrou compreensão e sensibilidade em relação ao tema da dívida. O diálogo tem sido consistente e constante, nós teremos agora precisamos dar passos efetivos".

Tais encontros viabilizariam a revisão da amortização do saldo devedor e dos encargos contratuais, que estariam 'penalizando', segundo os governadores, a 'execução de políticas públicas'. Dos sete estados que integram o Cosud, três aderiram ao RRF: MG, RJ e RS.(M.S.)