O acordo de uma provável fusão entre Petz e Cobasi causou um grande aumento das ações na bolsa de valores diante das perspectivas de ganho de mercado e corte de custos para as empresas. As duas marcas estão entre as maiores companhias do segmento pet no Brasil. Saindo do papel, a fusão criará um gigante com receita de R$ 6,9 bilhões e 483 lojas em cerca de 20 estados. No mercado financeiro, a reação causou uma disparada da ação PETZ4, que subia mais de 38% na semana passada. Mas, quais serão as consequências dessa união para o consumidor final?
A união daria origem a uma companhia forte ao ponto de impor seus preços e suprimir a concorrência, mas ainda depende de aprovação e será do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a função de analisar o quadro e encontrar respostas.
Estima-se que tamanho das duas gigantes teria entre de 15% a 20% do total do setor, o que traz alguma confiança de que a aprovação não deve encontrar dificuldades, já que a fatia de 15% a 20% é considerada baixa e mantem o mercado diversificado. Porém, é necessário ter cuidado quando se fala estamos falando de comércio. Quando você está falando de varejo, o que importa são os mercados regionais”, destaca Mário Nogueira sócio de M&A e Concorrencial do NHM Advogados. “Digamos que haja uma enorme concentração, por exemplo, de Cobasi e Petz e na cidade de São Paulo elas têm 90%. Mesmo que nacionalmente seja 15%, na cidade de São Paulo seria um problema muito importante que pode até, nesta hipótese, dizer que não podem se fundir”, analisa ele.
Sérvulo Mendonça, chairman da holding SM e do Grupo Épicus, também chama a atenção para a robustez dos números. “De forma alguma 20% de um mercado significa pouco, até porque poucas atividades conseguem atingir esse percentual em relação a players de mercado.” Mas ele prossegue: “não chega a ser algo que economicamente poderia criar regras próprias para o mercado”. A leitura de grande parte dos especialistas então é de que o comércio local ainda terá sua importância e continuará fazendo frente à Cobasi e Petz (seja com as empresas juntas ou separadas).
Há ainda outro ponto destacado por ele: o consumidor não é o único em busca de melhores preços. Isso porque varejistas têm seus fornecedores e, nesse tipo de discussão, tamanho pode ser documento.
A ideia então é que melhores preços de compra podem ser repassados na revenda, beneficiando assim o consumidor na ponta final. Se isso de fato vai acontecer ainda é incerto – assim como a aprovação do negócio pelo Cade.