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CNI teme reforma tributária 'desidratada'

Adriana Fernandes (Folhapress)

O presidente da CNI, Ricardo Alban, alerta para o risco de desidratação da reforma tributária na sua fase de regulamentação.

"Essa reforma pode ser desidratada nos detalhes", afirma Alban, em entrevista à Folha de S.Paulo. "O problema é que nos detalhes vão voltar vários lobbies a atuar."

As duas preocupações maiores da indústria são com o Imposto Seletivo e a cesta básica.

O empresário diz ainda que a nova política industrial do governo precisa acelerar e critica a política de redução de estímulos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. "Todos sabem que não tem mais espaço para aquecer a massa tributária no Brasil", diz.

PERGUNTA - Qual a sua avaliação sobre a regulamentação da reforma tributária entregue ao Congresso?

RICARDO ALBAN - O texto é longo. Mas [estamos] muito preocupados com o Imposto Seletivo sobre insumos, que voltaria a representar a cumulatividade. Estamos preocupados com os produtos que podem estar incluídos em redução ou isenção de alíquota para que não sobrecarregue o IVA.

Ficamos bastante satisfeitos em saber que foi incorporado ao projeto, a partir de uma discussão que tivemos, [item] em relação ao crédito [do imposto] do spread bancário, o que vai ajudar no processo de redução do custo financeiro do país.

P. - O que esperar da regulamentação na Câmara?

RA - O perigo mora nos detalhes. Essa reforma pode ser desidratada nos detalhes. Essa reforma pode ter uma nova onda de postergação.