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Aumenta a lucratividade dos bancos

Inadimplência menor facilita pagamento de dividendos | Foto: Divulgação

Por Júlia Moura (Folhapress)

Com a inadimplência sob controle e o aumento na concessão de crédito, a lucratividade dos maiores bancos do Brasil cresceu no primeiro trimestre de 2024.

Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander, as quatro maiores instituições brasileiras, apresentaram resultados melhores que o esperado pelo mercado e, agora, analistas projetam dividendos maiores.

"Bancos devem liderar o pagamento de dividendos na Bolsa este ano, principalmente BB e Itaú", diz José Daronco, analista CNPI da Suno Research.

O setor financeiro é um dos maiores pagadores de proventos entre as empresas listadas na Bolsa de Valores.

Nos últimos anos, porém, a alta inadimplência pós-pandemia minou a remuneração.

Na média do sistema financeiro nacional, o pico de contas em atraso, de 3,50%, foi em junho de 2023. Desde então, cai 0,10 ponto percentual por trimestre, finalizando março em 3,20%.

Já a concessão de empréstimos dos quatro maiores bancos aumentou na comparação com o primeiro trimestre de 2023.

"Vimos o pico da inadimplência no final do ano passado. A massa salarial cresceu, e o desemprego e a inflação caíram", diz Daronco.

A recente mudança na perspectiva macroeconômica global, com juros mais altos por mais tempo, pode levar a uma redução no ritmo de concessão de crédito, o que impactaria resultados em 2025.

"Não teremos surpresa [neste ano]. Para o resultado de banco, o cenário macro tem sua relevância, mas o retorno de crédito reflete aqueles que foram concedidos há um ano.

Se o cenário mudar, pode levar de seis a nove meses para começar a refletir no balanço", diz Phil Soares, chefe de ações da Órama.

O banco que mais aumentou a carteira de crédito neste trimestre também foi o único dos quatro que registrou aumento anual na inadimplência.

O Banco do Brasil ampliou as concessões em 10,2% em relação ao início de 2023, para R$ 1,138 trilhão, em meio a um aumento anual da inadimplência de 0,28 ponto percentual, para 2,90%.