Por:

Copom deverá aplicar mais três cortes de 0,25 p.p. à Selic

Perfil perdulário do Planalto adia corte dos juros para brasileiros | Foto: Divulgação

Por Marcello Sigwalt

O intitulado 'racha' protagonizado pelos membros do colegiado do Copom (Comitê de Política Monetária), associado à sinalização do Banco Central (BC), de que pretende adotar uma flexibilização monetária (leia-se, redução dos juros) mais acentuada, somente no ano que vem. Estes são os indícios mais evidentes de que os próximos três cortes da Selic (taxa básica de juros) não serão superiores a 0,25 ponto percentual (p.p.), a exemplo do aplicado na semana passada.

A expectativa forma consenso entre os economistas consultados (Bank of America, XP Investimentos e Itaú Unibanco) pelo Projeções Broadcast que, em sua maioria (85%) de que a última magnitude de corte da taxa será mantida no curto prazo.

Para o economista-chefe do Banco BMG, Flávio Serrano, até setembro, quando deverá estar concluído o processo de 'afrouxamento' monetário, os juros básicos poderão chegar ao patamar de 9,75% ao ano.

Na sua avaliação, o cenário atual é marcado pelo desequilíbrio, que favorece uma Selic terminal de 10% ao ano, viés, porém, condicionado ao teor da ata do Copom, a ser divulgada nessa terça-feira (14). "É um cenário em que há elementos para maior conservadorismo".

Já o economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont, admite mais um corte de 0,25 p.p., mas com o juro básico atingindo, ao final do ciclo de cortes, a 10,25% ao ano, nível que poderá, segundo ele, beirar os 10,50% ao ano, ao cabo de 2024.

Chermont visualiza uma atitude mais proativa do BC na queda da Selic - com direito à desvalorização cambial e expectativas de inflação crescentes - que agiria 'colado' à redução das taxas pelo Federal Reserve (Fed), o bc ianque.

"Se isso se confirmar e não acontecer nenhum sobressalto positivo no cenário internacional, teremos impacto no modelo do próprio BC", conclui.