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Demissão causa estragos no exterior

Antes mesmo da abertura da bolsa brasileira, a demissão de Jean Paul Prates da Petrobras pelo presidente petista já havia causado estragos no exterior.

Ainda na terça-feira (14), após o fechamento dos negócios na praça tupiniquim, os American Depositary Receipts (ADR) da petroleira - o chamado "after hours" da Bolsa de Nova York (Nyse) - inverteram subitamente a tendência de alta, despencando 7,59%, ao cabo dos negócios.

A queda livre foi vista por analistas, como prévia do que aconteceria com a bolsa brasileira ontem (15), em que a ação ordinária (com dinheiro a voto) da estatal (PETR3) permanecia impassível beirando os 7% de queda, no final da sessão.

Explicitando o cenário adverso, horas depois confirmado, o diretor de Investimentos da GTF Capital, Felipe Corleta antecipou: "Vai ser um dia muito pesado, o Ibovespa deve cair porque a Petrobras tem um peso enorme no índice, e a notícia trará incertezas também do ponto de vista do câmbio e de juros, já que a Petrobras é uma estatal extremamente importante para o Brasil".

A sempre presente preocupação com a interferência federal nos rumos da estatal é acentuada pelo estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz.

"O último ano foi um teste de governança da Petrobras, pois, apesar das tentativas de interferência política, parte das diretrizes da empresa foi mantida, embora, na defasagem nos preços dos combustíveis, houve falhas na implementação".

Para o head de análise da Levante, Flavio Conde, a demissão de Prates "é péssima porque mostra uma enorme interferência política na companhia". (M.S.)