Por: Por Marcello Sigwalt

Ex-presidentes do BC 'detonam' a política fiscal

Ex-ministro não esconde preocupação com o uso político da gestão das contas públicas | Foto: Fernando Frazão - Agência Brasil

Por Marcello Sigwalt

"O governante que for leniente [leia-se, irresponsável] com o controle da inflação não se sairá bem das urnas". O alerta, em tom premonitório, foi disparado por um dos 'pais' do Plano Real, o ex-ministro da Fazenda e do Banco Central (BC), Pedro Malan, numa menção indireta ao descontrole fiscal da gestão petista perdulária pilotada pelo mandatário, de 'olho' no pleito municipal, logo ali.

Durante debate sobre os "30 anos do plano de estabilização" - na última sexta-feira (17), na sede do Banco Central (BC), em Brasília, ladeado pelos também ex-presidentes da autoridade monetária, Gustavo Franco, Persio Arida e Gustavo Loyola, sob a moderação do atual, Roberto Campos Neto - Malan ressaltou o fato de que os brasileiros, em três décadas, reconhecem os benefícios trazidos pelo Real, e à preservação do poder de compra.

"Estou absolutamente convencido que a esmagadora maioria da sociedade brasileira aprendeu os benefícios da preservação da inflação sob controle. Isso significa a preservação do poder de compra do salário do trabalhador brasileiro, dessas transferências de renda, que cada vez mais assume mais importância entre nós", proclamou Malan, para disparar, em seguida: "A maioria do eleitorado penalizará nas urnas um governante que tenha uma postura excessivamente leniente e complacente com o comportamento da inflação no Brasil".

Sobre a questão fiscal, ele avaliou que a Lei de Responsabilidade Fiscal "tem sido submetida ao longo dos anos a uma crítica equivocada: de que a responsabilidade fiscal não é compatível com a responsabilidade social".