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Prioridades fiscais devem ser claras

Para que haja compatibilidade política e social, Malan entende que duas coisas devem estar presentes: a definição clara de prioridades e a avaliação de programas e de resultados pretéritos. É algo que não temos tradição e precisamos construir, fazer avaliação do resultado de programas".

Para o ex-ministro, "quando tudo é prioritário, nada é prioritário. Quando temos um Orçamento com gastos que não são gastos e não devem ser considerados como tal, é um problema sério que estamos construindo para o futuro", preconizou.

Arqui-inimigo
do Plano Real

Igualmente incisivo contra a retórica petista na questão fiscal, o ex-presidente do BC, Pérsio Arida não pouco o atual ocupante do Planalto, ao lembrar que Lula foi 'arqui-inimigo do Plano real, além de ter patrocinado a expressão conhecida como herança maldita, logo após suceder o tucano Fernando Henrique Cardoso, em 2003. "Nosso tripé macroeconômico é manco hoje em dia, porque a perna fiscal sofreu uma longa e contínua deterioração, e as perspectivas não são boas".

Outro ex-dirigente do BC, Gustavo Loyola acentuou que "já houve várias ameaças à estabilidade. Felizmente, o Banco Central tem se fortalecido ao longo do tempo, e hoje temos a nossa autonomia, mas sofremos críticas e continuamos sofrendo críticas. Embora a estabilidade de preço esteja imbricada fortemente no coração dos brasileiros, a instituição recebe críticas sem base".

Cauteloso, Roberto Campos Neto se esquivou de comentar a política fiscal petista, mas destacou a importância da autonomia financeira à autarquia. (M.S.)