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Projeção do resultado primário piora

Indicador de referência do estado das contas públicas, a projeção do resultado primário para 2024 apresentou piora, ao avançar de um déficit de -0,64% do PIB para -0,70% do PIB; de -0,60% do PIB para -0,63% do PIB para 2025, mas continuou em -0,50% do PIB para 2026. Também revelou piora a expectativa para 2027, de -0,20% do PIB para -0,30% do PIB.

Pequena retração registrou o prognóstico do Focus para a dívida pública do setor público (DPSP), que baixou de 63,90% do PIB para 63,80% do PIB, ante à estabilidade, em 66,50% do PIB em 2025. De modo oposto, para 2026, a dívida subiu de 68,00% do PIB para 68,15% do PIB, mas continuou em 69,90% do PIB para 2027.

No capítulo das contas externas, a 'aposta' do mercado é de um avanço da balança comercial este ano, de US$ 80,0 bilhões para US$ 82 bilhões; de US$ 76,15 bilhões para US$ 76,30 bilhões para 2025; de US$ 78,0 bilhões para US$ 80 bilhões para 2026 e de US$ 76 bilhões para US$ 85 bilhões para 2027.

Mudança drástica

A mudança drástica dos indicadores reflete a propensão da autoridade monetária a 'sancionar' o que a tecnocracia chama de 'política monetária contracionista', ou seja, uma postura mais conservadora em relação à queda dos juros básicos da economia.

Essa perspectiva ficou patente, em decorrência do 'racha' protagonizado pelos membros do Copom (Comitê de Política Monetária), que redundou numa baixa de apenas 0,25 ponto percentual da Selic, encerrando de vez o ciclo de seis quedas sucessivas da taxa em meio ponto percentual. (M.S.)