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Meta fiscal não deverá ser atingida

Por Marcello Sigwalt

A partir do segundo semestre (2S24) a perspectiva é de arrefecimento da atividade econômica e, por consequência, do nível da arrecadação, que deverá ficar mais moderada. "Quando chegar ali por junho, o desempenho da arrecadação já deve ser mais fraco", aponta o economista-chefe do Banco BMG, Flavio Serrano, mesmo reconhecendo 'os números positivos' apresentados, ao longo do primeiro trimestre.

Como fatores para o bom desempenho da arrecadação, Serrano destaca a arrecadação com royalties advindos da exploração de itens como minério de ferro e petróleo. "Tivemos um ambiente favorável em termos de preço, mas com muita volatilidade. Isso coloca um pouco em dúvida se esse desempenho positivo vai se manter daqui para frente", avalia.

Mesmo que projete um cenário positivo nas receitas, com leituras mensais de arrecadação federal apresentando ganhos reais, no comparativo anual, o economista-chefe do BMG entende que tal performance não deve ser suficiente para que o governo chegue, nem perto, da meta de déficit primário zero neste ano. "Continuamos vendo um déficit na casa de R$ 90 bilhões, e não vamos mudar por enquanto", afirma. "Até achei que a parte dos gastos pudesse estar um pouco melhor, mas as despesas previdenciárias estão bem puxadas mesmo, por conta dos aumentos no salário mínimo", argumentou.

Já o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, observa que haverá arrefecimento da arrecadação federal nos próximos meses. "Exatamente por não termos novas rodadas de receitas extraordinárias", sentencia.